Bolsonaro diz ter certeza que será condenado e acusa Moraes de governar o Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não tem dúvidas de que será condenado no processo em que é investigado por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado. Em entrevista concedida na sexta-feira (18/7), o ex-mandatário afirmou que o verdadeiro governante do Brasil, hoje, é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente classificou o processo como uma tentativa política de afastá-lo definitivamente do cenário eleitoral. Para Bolsonaro, ele é o único nome com condições reais de vencer o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas urnas.

“O sentimento é que [prisão] vai acontecer, até o mês que vem, que é o julgamento. Nunca se viu um processo tão rápido como o meu”, declarou Jair Bolsonaro.

Segundo Bolsonaro, o Supremo teria perdido o controle institucional e Moraes exerce poder absoluto sobre o país.

“Eu estou no cadafalso. Na hora que o soberano Alexandre de Moraes achar que tem que chutar o banquinho, ele chuta”, afirmou o ex-presidente.

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Bolsonaro é alvo de operação da PF

Na última sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Bolsonaro. Entre os itens recolhidos estavam um pen-drive e 14 mil dólares em espécie. Como parte das medidas cautelares, ele passou a usar tornozeleira eletrônica, teve suas redes sociais restringidas, assim como suas comunicações com diplomatas e outros investigados.

Dentre todas as restrições, Bolsonaro classificou como a mais severa a proibição de contato com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Acredito que ele não voltará. Se voltar, vai ser preso. O Eduardo é um garoto inteligente, fala inglês muito bem, fala espanhol, domina o árabe. Tem bom relacionamento com o governo Trump. Eu acredito que ele vá buscar uma alternativa de se tornar um cidadão americano e não volte mais para cá. Enquanto o Alexandre de Moraes tiver o poder de prender quem ele bem entender.”

O ministro Alexandre de Moraes, responsável por autorizar as medidas cautelares, sustentou que Jair e Eduardo Bolsonaro atuaram de forma ilícita para interferir no funcionamento do STF com apoio estrangeiro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, na segunda-feira (14), seu parecer final e pediu a condenação de Jair Bolsonaro. Segundo a CNN Brasil, o julgamento no Supremo Tribunal Federal está previsto para ocorrer em setembro. Caso seja condenado, a pena pode ultrapassar 40 anos de prisão.