
Suspeitos do “caso Nicolly” fizeram iniciais do PCC no corpo de adolescente como “tentativa de disfarçar real motivação do crime”, diz polícia

O corpo de Nicolly Fernanda Pogere, de 14 anos, foi encontrado, na última sexta-feira (18/7), nas imediações de uma lagoa em Hortolândia, cidade do interior de São Paulo. A adolescente estava desaparecida desde segunda (14/7), e foi reconhecida por familiares no local.
De acordo com a Polícia Civil, a sigla da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) estava escrita nas costas da garota.
Porém, o delegado responsável pelo caso, José Regino, acredita que as iniciais tenham sido usadas “para uma tentativa deliberada de disfarçar a motivação real do crime, simulando possível relação com organização criminosa“.
O principal suspeito do feminicídio é o namorado da vítima, de 17 anos, que teria cometido o crime com a participação de outra adolescente, de 14 anos, com quem também mantinha um relacionamento. Os dois não foram localizados até o momento.
“A Polícia Civil de Hortolândia continua com diligências para encontrar os adolescentes suspeitos e apurar um possível envolvimento de terceiros, tanto na execução do feminicídio quanto na fuga dos envolvidos. O caso está sob responsabilidade do 2º Distrito Policial de Hortolândia e segue com prioridade máxima investigativa”, finalizou a corporação.
Nicolly foi encontrada envolta em lençóis e em uma lona. Segundo a polícia, foram encontradas pedras dentro dos lençóis, que teriam sido utilizadas para manter o corpo submerso na lagoa, o que mostra um esforço em ocultar o cadáver.
No momento da localização, foi constatado que o corpo de Nicolly estava com trauma cranioencefálico, múltiplas perfurações por arma branca e cortes profundos na região abdominal. Além disso, estava parcialmente esquartejado, sem os membros superiores e inferiores, o que foi definido pelos investigadores como “sinais evidentes de violência extrema”.
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Enterro de Nicolly
O corpo da adolescente foi enterrado na manhã deste domingo, 20/7, no Cemitério Municipal de Mococa, sob protesto pedindo justiça e homenagens, com cartazes e balões brancos.
A mãe de Nicolly, Priscila Magrin, precisou ser amparada por parentes. Ela levou uma foto da formatura do nono ano da filha e um ursinho dela. “A última foto que minha filha me mandou foi uma foto sorrindo na quinta, antes do desaparecimento. Ela me perguntou: ‘mãe estou bonita?’ Ela ia ver o moço”, disse.

Os familiares também cantaram a música ‘Um anjo do céu’, de Maskavo, que a mãe cantava quando estava grávida da jovem. Antes corpo ser enterrado, eles ainda fizeram a oração do Pai Nosso.
*Com informações de G1 e CNN Brasil.