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Governo garante concluir parte da regulamentação da reforma tributária ainda neste ano

Governo garante concluir parte da regulamentação da reforma tributária ainda neste ano

Ana Flávia Oliveira
Por Ana Flávia Oliveira | 21 de outubro de 2024

Faltando cerca de 60 dias para o Congresso Nacional encerrar as atividades de 2024 e com o fim do ano se aproximando, o governo federal garantiu que é possível que parte da regulamentação da reforma tributária fique para o próximo ano.

Nesta semana, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o esforço do Palácio do Planalto será para que ao menos o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024 seja votado. Ele é o principal texto da regulamentação e institui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), conhecido como imposto do pecado.

“É possível aprovar pelo menos o 68 até o final do ano. É o compromisso que todos têm, inclusive o presidente Rodrigo Pacheco quer entregar isso antes [de encerrar o mandato como presidente do Senado]”, disse o senador.

O projeto chegou ao Senado Federal em agosto, mas até agora não avançou. O relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), foi oficializado em 8 de outubro. O texto precisa ser aprovado primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir ao plenário. Como haverá mudanças, o PLP vai precisar voltar para nova análise dos deputados.

A cúpula do Senado tem planos de que o texto vá ao plenário na primeira quinzena de novembro. Como sofrerá alterações, o projeto vai precisar voltar para a Câmara, e a avaliação feita é de que, se a proposta for concluída pelos senadores até o meio de novembro, haverá praticamente um mês para que os deputados aprovem a primeira parte da regulamentação.

É de interesse tanto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quanto do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que os dois projetos da regulamentação sejam concluídos ainda neste ano, porque seus mandatos encerram em fevereiro e ambos deixarão o comando das Casas.

Os dois congressistas falaram publicamente diversas vezes que o principal objetivo era concluir o processo, para que os deixassem a marca de serem os que coordenaram e aprovaram a reforma tributária no Congresso Nacional.

No entanto, o cenário começa a ficar mais desafiador. O PLP 68, por exemplo, precisa ser aprovado na CCJ do Senado antes do plenário, e o relatório ainda nem foi apresentado. Depois, voltará à Câmara. Já o segundo texto, PLP 108/2024, precisa ter os destaques votados na Câmara e chegar ao Senado. Caso os senadores mudem algo, ele precisará voltar para nova análise dos deputados também antes de ir à sanção presidencial.


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PLP 108 travado na Câmara

O segundo projeto que regulamenta a reforma tributária trata, entre outros pontos, sobre a criação do Comitê Gestor. A proposta está parada na Câmara desde agosto. Como mostrou o Metrópoles, só deve andar quando os senadores concluírem a votação do texto principal.

A leitura feita pela cúpula da Câmara sobre o governo e o Senado é que ambos não estão com pressa em andar com a reforma e que, por isso, não há motivos para concluir a votação da segunda proposta na Casa Baixa sendo que os senadores não concluem a primeira.

Os deputados já aprovaram o texto principal do segundo texto, mas ainda faltam os destaques, ou seja, propostas de mudança no texto principal. Outro fator que também determinou que a conclusão do projeto ficasse travada na Câmara foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o repasse das emendas parlamentares até que um projeto que dê mais transparência ao processo seja aprovado.

*Com informações de Metrópoles