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Inflação em 2024 afetou mais as famílias pobres do que as ricas, diz Ipae

Inflação em 2024 afetou mais as famílias pobres do que as ricas, diz Ipae

Phill Vasconcelos
Por Phill Vasconcelos | 16 de janeiro de 2025

A inflação avançou entre quase todas as faixas de renda em dezembro de 2024. As informações foram divulgadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipae), na tarde desta quinta-feira (16/1). Embora os números tenham sido mais pesadas para as famílias mais pobres, as mais ricas tiveram pouco impacto, principalmente na alta de alimentos.

Em 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado foi de 4,83%. Na alta do índice, a alimentação teve o maior impacto, com 7,69%. A meta para a inflação em 2024 era de 3%, variando de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5 (piso) e 4,5 (teto). Em agosto, o IPCA registrou deflação de 0,02%, único recuo do ano.

De acordo com o Ipea, a inflação não cresceu para as famílias ricas, houve um recuo de 0,66%, em comparação com dezembro. Em dezembro foi para 0,55%. No acumulado, as famílias de baixa renda registram alta inflacionária de 5%, a maior entre todas as faixas de renda. Em contrapartida, as famílias mais ricas tiveram a menos elevada, de 4,4%.

Para o Ipea, o impacto da alta dos alimentos no domicílio entre as classes mais acontece devido ao “o maior percentual deste gasto no orçamento dessas famílias”. Já a pressão exercida pelos Transportes foi “mais intensa” para aqueles com renda alta.

“No caso dos alimentos, mesmo diante das deflações ainda mais intensas dos cereais (-0,98%), dos tubérculos (-7,2%) e dos leites e derivados (-0,63%), os efeitos da forte alta das proteínas animais, como carnes (5,3%) e aves e ovos (2,2%), além dos reajustes do óleo de soja (5,1%) e do café (5%), explicam, em grande parte, o impacto desse grupo para os segmentos das classes de rendas mais baixas em dezembro”, explica o instituto.

Para as famílias pobres, houve o aumento no custo de alimentos devido à alta de alguns itens da cesta básica, como arroz (8,2%), carnes (20,8%), aves e ovos (6,5%), óleo de soja (29,2%), leite (18,8%) e café (36,9%).

No setor de Saúde e Cuidados Pessoais, as maiores contribuições registradas no ano passado vieram dos produtos farmacêuticos (6%) e de higiene (4,2%), dos serviços de saúde (7,6%) e dos planos de saúde (7,9%).