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Lula diz que vai buscar reparação para Dilma após arquivamento de ação das pedaladas

Lula diz que vai buscar reparação para Dilma após arquivamento de ação das pedaladas

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 27 de agosto de 2023

Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) do Distrito Federal decidiu pelo arquivamento da ação de improbidade pelas “pedaladas fiscais”, movida pelo Ministério Público Federal. A decisão beneficiou a ex-presidente Dilma Rousseff e outros envolvidos no caso, que serviu de base para o processo de impeachment dela em 2016.

Ao comentar o caso em entrevista coletiva concedida em Luanda, capital de Angola, neste sábado, 26, o presidente Lula disse que quer buscar uma reparação para Dilma. Ele disse que “é preciso ver como é que se repara uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu”.


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Lula também afirmou:

“A Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação da pedalada, a Dilma foi absolvida, e eu agora vou discutir como que a gente vai fazer. Não dá para reparar os direitos políticos, porque se ela quiser voltar para ser presidente, eu quero terminar o meu mandato”.

Dilma, que hoje está na presidência do Banco do Brics, teve seu mandato cassado por crime de responsabilidade, justamente pela prática que ficou conhecida como “pedaladas fiscais” – o suposto uso de bancos públicos para “maquiar o resultado fiscal”, o que teria atrasado, por parte da União, repasse de valores às instituições.

Apesar de Lula ter afirmado que Dilma foi “absolvida”, a questão divide juristas. Ao Estadão, a advogada Vera Chemim, mestre em Direito Público Administrativo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), disse que o Tribunal nem sequer julgou se Dilma é inocente ou não e, com base em decisão do STF, extinguiu a ação, sem resolução de mérito.

Já Guilherme Amorim Campos da Silva, advogado e professor da Faculdade Autônoma de Direito (Fadisp), ponderou, no entanto, que a decisão pode ser interpretada como inocência de Dilma. Ele disse que, no âmbito do Poder Judiciário, “inexiste qualquer conduta dolosa provada em face da ex-presidente”.