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Lula defende papel do Brics como “fiador do futuro” e cobra governança global sobre inteligência artificial

Lula defende papel do Brics como “fiador do futuro” e cobra governança global sobre inteligência artificial

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 05 de julho de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (5/6), durante a abertura do Fórum Empresarial do Brics, no Rio de Janeiro, que o grupo formado por 11 países do Sul Global atua como “fiador de um futuro promissor”.

A declaração foi feita em um discurso sobre o papel geopolítico e econômico das nações emergentes na construção de uma nova ordem internacional.

“Durante o ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. Os Brics seguem como fiador de um futuro promissor”, declarou o presidente Lula.

O Brics reúne atualmente Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Juntos, esses países representam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio internacional.

Lula destacou o potencial do grupo para liderar um novo modelo de desenvolvimento baseado em agricultura sustentável, bioeconomia, infraestrutura resiliente e uma indústria verde. Segundo ele, há uma oportunidade estratégica para ampliar a produção de energia renovável e insumos essenciais para a transição energética.

“Nossos países já estão entre os maiores investidores de energia renovável do planeta. Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas. Possuímos minerais estratégicos essenciais para a transição energética”, afirmou.

Lula defende papel do Brics como fiador do futuro e cobra governança global
(Foto: Reprodução/Canal Gov)

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O presidente também defendeu o fortalecimento do complexo industrial da saúde, que, segundo ele, é essencial para garantir acesso a medicamentos e enfrentar doenças que atingem, sobretudo, os mais pobres.

Outro ponto central do discurso foi a necessidade de uma governança multilateral sobre a inteligência artificial. Lula alertou para os riscos de deixar o tema exclusivamente nas mãos de grandes corporações de tecnologia.

“A inteligência artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor”, alertou.

Lula ainda mencionou os conflitos internacionais e afirmou que a cúpula do Brics pode apresentar caminhos para a paz e a solidariedade global.

“Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos a solidariedade”, disse.

O Fórum do Brics

O Fórum Empresarial do Brics discute, ao longo do sábado, o papel do setor produtivo na promoção de um desenvolvimento econômico sustentável. Estão na pauta temas como comércio e segurança alimentar, transição energética, descarbonização, economia digital e inclusão financeira.

Além da força econômica e populacional, os países do Brics concentram cerca de 70% das reservas de terras raras do mundo, mais de 40% da produção de petróleo e quase 80% da produção de carvão mineral.

*Com informações de Agência Brasil