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Ministério da Saúde acaba com prazo para aborto legal e, após críticas, volta atrás

Ministério da Saúde acaba com prazo para aborto legal e, após críticas, volta atrás

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 29 de fevereiro de 2024

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, suspendeu nesta quinta, 29/2, uma nota técnica sobre os casos de aborto legal publicada pela pasta no dia anterior (28/2). Essa nota derrubava uma orientação do governo Jair Bolsonaro que estipulava prazo para o aborto legal.

O aborto é permitido legalmente no Brasil sob três condições: Em caso de estupro, de gravidez que provoca risco de morte para a mãe, ou de anencefalia do feto. No governo Bolsonaro foi emitida essa orientação, que estipulava que o procedimento de aborto fosse realizado até às 21 semanas e 6 dias de gestação. A nota emitida pelo ministério ontem derrubava esse “limite temporal” e estabelecia que o procedimento pudesse ser feito sem limitação de tempo.

Porém, a nota técnica despertou de imediato reação de parlamentares de oposição ao governo Lula, que afirmaram nas redes sociais que o governo estaria autorizando o aborto em qualquer fase da gestação.


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Hoje, a ministra Trindade anunciou em nota que a anterior foi derrubada, mantendo em vigor a recomendação anterior, sob a justificativa de que o documento “não passou por todas as esferas necessárias”, nem pela consultoria jurídica da pasta.

O comunicado da Saúde diz:

“A ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, durante a agenda desta quinta-feira (29), em Boa Vista (RR), sobre ações prioritárias do Governo Federal para a saúde dos povos Yanomami, tomou conhecimento da publicação da Nota Técnica nº 2/2024 a respeito de recomendações sobre a realização do aborto nos casos previstos em lei. O documento não passou por todas as esferas necessárias do Ministério da Saúde e nem pela consultoria jurídica da Pasta, portanto, está suspenso”.

*Com informações de Metrópoles