Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Moça que morreu após encontro com jogador do Corinthians foi derrubada no chão por socorristas

Moça que morreu após encontro com jogador do Corinthians foi derrubada no chão por socorristas

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 09 de fevereiro de 2024

O síndico do prédio onde a estudante Livia Gabriele, de 19 anos, teve de ser socorrida após encontro no apartamento do jogador Dimas Cândido, da categoria sub-20 do Corinthians, afirmou que os enfermeiros do Samu deixaram a jovem cair no chão durante o resgate. Ela morreu após sofrer quatro paradas cardíacas e por apresentar um sangramento na região íntima no último dia 30/1.

Luís Latoreira, o síndico do prédio de Dimas, afirmou o seguinte ao site Metrópoles:

“O motorista precisava de um treinamento adequado, porque ele não teve a capacidade de estacionar a viatura no estacionamento do condomínio. Depois, não conseguiram levar a maca. Eles tiveram que descer carregando a menina em um lençol. No caminho, ainda deixaram ela cair no chão. Em vez de levar a maca até a porta do elevador, deixaram na ambulância, então tiveram que carregar ela no lençol do elevador até lá”.

A versão é reforçada pelo advogado do atleta. As imagens do circuito de segurança do condomínio, em Tatuapé, zona leste de São Paulo, foram encaminhadas à polícia.


Leia mais:

Polícia analisa áudios de socorro a jovem morta em encontro com corintiano; jogador presta novo depoimento

Veja troca de mensagens entre jogador do Sub-20 do Corinthians e moça que morreu após relação sexual


Tiago Lenoir, advogado de Dimas, alega que, além da suposta negligência, a demora para o atendimento agravou a situação da jovem. Segundo Lenoir, passaram-se cerca de 90 minutos entre o momento em que Dimas acionou o resgate por telefone e a entrada de Lívia no Pronto Socorro do Tatuapé.

“O que tem que ser verificado e avaliado é o tempo de resgate. É comum ficar 21 minutos um menino de 18 anos fazendo a ressuscitação dela? É assim que funciona? Os atendentes do Samu estão preparados para emergências ginecológicas? Pelo que conversei com especialistas, poderiam ter orientado ele mesmo a fazer o tamponamento do sangramento”.

Os enfermeiros que prestaram socorro à Lívia, porém, afirmam que os protocolos do condomínio atrasaram a entrada no apartamento de Dimas. Em áudio circulando nas redes sociais, uma das socorristas afirma:

“Tinha que entrar no estacionamento para ter acesso ao bloco. Mas a ambulância não passava ali pela altura. Além disso, não tinha ninguém para sinalizar a gente dentro do condomínio. Eu perguntei para um moço que ficava numa barraquinha onde ficava a torre 3. Não era tão longe a distância, uns 200 metros, mas a gente não sabia onde era”.

O caso segue sendo investigado.

Relembre o caso

Lívia Gabrielle teve um corte profundo em suas regiões íntimas após ter relações com o jogador Dimas Cândido e morreu após ter quatro paradas cardiorrespiratórias. Segundo o atestado de óbito, a jovem teve uma “ruptura do saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”.

Saco de Douglas é o nome dado a uma região genital que fica na parte baixa do abdômen entre o útero e o reto.

Foi Dimas quem chamou o Samu para prestar atendimento à moça. Em seu depoimento, ele disse à polícia que os dois não consumiram drogas nem bebida alcoólica e tiveram relação sexual com uso de camisinha. Depois, descansaram, conversaram e foram ter uma segunda relação. Foi quando ele percebeu que ela estava desmaiada.

Orientado pelo Samu, ele teria colocado Lívia de barriga pra cima e começou a massagear o peito dela até a chegada da ambulância. Foi quando notou o sangramento dela.

A Secretaria de Segurança Pública informou que “as investigações do caso estão em andamento na delegacia de defesa da mulher” e que foram realizados “exames necroscópicos, sexológicos e a coleta de materiais para exames toxicológicos”. O resultado desses laudos pode demorar até 30 dias para saírem.

*Com informações de Metrópoles