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Em 1ª reunião do Copom com presidência de Galípolo, expectativa é de aumento dos juros

Em 1ª reunião do Copom com presidência de Galípolo, expectativa é de aumento dos juros

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 29 de janeiro de 2025

Está acontecendo neste final de janeiro a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano, e também a primeira chefiada pelo novo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. Especialistas apontam que o Banco Central deve manter o ritmo de promover uma forte alta de um ponto percentual na taxa básica de juros da economia, de 12,25% para 13,25% ao ano.

Essa estimativa é baseada em indicação do próprio Banco Central em dezembro do ano passado.

Se confirmada, será a quarta alta consecutiva da taxa Selic. E o ritmo de alta deve continuar, com previsões apontando que a Selic possa checar a 15% em meados de 2025.

Essa também será a primeira reunião do Copom em que os diretores indicados pelo presidente Lula serão maioria no colegiado, ou seja, eles serão responsáveis diretamente pela decisão tomada. Até o final do ano passado, a maioria da diretoria e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, eram indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


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Críticas ao BC por causa da taxa de juros

Ano passado, o presidente Lula era bem crítico à política do Banco Central, que em sua visão mantinha a taxa de juros num patamar muito alto. Porém, no final de 2024 Lula baixou o tom. Ele publicou um vídeo, ao lado de ministros e de Galípolo defendendo a estabilidade econômica no país e o combate à inflação. E também fez acenos ao mercado e prometeu que ‘jamais haverá interferência’ na gestão do futuro chefe da autoridade monetária.

Já a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, manteve o tom crítico. Após a última decisão do Copom, em dezembro, que elevou os juros para 12,25% ao ano, ela classificou a decisão como “irresponsável, insana e desastrosa”.

A importância da taxa de juros

Analistas indicam que o BC deve manter a taxa Selic elevada para enfrentar um cenário de economia dinâmica e moeda desvalorizada (dólar ainda alto), como forma de controlar a inflação e estabilizar a economia.

A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que têm efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.

No ano passado, a inflação ficou acima do teto do sistema de metas ao somar 4,83%. Com isso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, teve de escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.

Nos últimos meses, efeitos climáticos, dólar alto e medidas protecionistas do presidente americano Donald Trump colocaram pressão inflacionária sobre a economia brasileira.

*Com informações de G1