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Solidão aumenta risco de morte em mulheres de meia-idade, diz pesquisa

Solidão aumenta risco de morte em mulheres de meia-idade, diz pesquisa

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 19 de julho de 2025

A solidão aumenta o risco de morte independentemente da saúde física e mental — e quanto mais persistente o isolamento, maior o perigo. Uma nova pesquisa da Universidade de Sidney, na Austrália, publicada recemtemente no British Medical Journal, comprovou isso, ao avaliar, pela primeira vez, o elo entre solidão e mortalidade precoce em mulheres de meia-idade.

A medicina já associa  a solidão a problemas cardiovasculares, depressão e demência, entre outros desfechos negativos. Para este estudo, os pesquisadores analisaram dados do Australian Longitudinal Study of Women’s Health, um estudo populacional que começou em 1996 e acompanha mais de 57 mil mulheres.

Eles selecionaram aquelas na faixa dos 48 aos 55 anos, que não tinham doenças crônicas no início. Depois, aplicaram questionários sobre saúde e bem-estar a cada três anos ao longo de um período de 18 anos.

Ao final do acompanhamento, as participantes que relataram solidão crônica e persistente apresentaram um risco três vezes maior de morte. O estudo também identificou uma relação dose-dependente: quanto mais frequente era a sensação de solidão, maior o risco de morte precoce.

Embora curtos períodos de isolamento já afetem a saúde, o artigo sugere que esse impacto pode ser cumulativo ao longo do tempo.

Segundo os autores, a solidão está associada a altos níveis de estresse e alterações no sistema imune, que podem levar a problemas cardiovasculares e até certos tipos de câncer. Além disso, pessoas sozinhas acabam adotando comportamentos não saudáveis, como tabagismo, alimentação desbalanceada e sedentarismo, fatores que contribuem para morte prematura.


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Efeitos da solidão

Diversos estudos associam a solidão com mortalidade. Sabe-se, por exemplo, que ficar viúvo aumenta a mortalidade nos homens.

A geriatra Thaís Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma:

“Não se sabe o exato mecanismo associado, mas há o aspecto psicológico das interações sociais, sentir-se pertencente a uma família ou a um grupo, sentir-se útil, servir ao próximo”.

De acordo a especialista, o convívio com outras pessoas traz uma motivação para estar melhor. Ela diz:

“Na minha visão e experiência como geriatra, estar com outras pessoas estimula que o idoso cuide da sua aparência, cuide da sua casa para receber amigos, mantenha atividades como cozinhar para a família… Estimula que ele viva bem para aproveitar a convivência com os outros. Ele vive com um propósito, seja cuidar da esposa ou do marido, dos netos, encontrar os amigos”.

*Com informações de Metrópoles.