Investigadores e advogados ligados à Operação Lava Jato estarão reunidos, nesta terça-feira (21/5), na Câmara dos Deputados para discutir os impactos e o legado de uma das mais importantes operações de combate à corrupção no Brasil, a Operação Lava Jato. A audiência, organizada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, marca uma década desde o início da operação.

A audiência contará com a presença de Deltan Dallagnol, ex-deputado e ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato, que confirmou sua participação. Após ser cassado pela Justiça Eleitoral no ano passado, esta será a primeira vez que Dallagnol comparecerá à Câmara sem mandato. Ao seu lado, estarão os advogados Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, e Alberto Toron, que representaram investigados durante a operação.

Também participará Fabio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma, Estados Unidos, que trará uma perspectiva acadêmica ao debate. Cada convidado terá 15 minutos para apresentar suas reflexões sobre a Lava Jato.

Saiba mais:

O que foi a Operação Lava Jato?

A Operação Lava Jato, iniciada em 2014 no Brasil, foi uma das maiores investigações de corrupção e lavagem de dinheiro da história do país, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Seu foco principal foi a Petrobras, a maior estatal brasileira, revelando um esquema complexo envolvendo políticos, empresários e executivos de grandes empresas, que desviavam bilhões de reais através de contratos fraudulentos e subornos.

A força-tarefa cumpriu mais de mil mandados de busca e apreensão, prisão temporária, prisão preventiva e condução coercitiva, revelando um esquema de corrupção na Petrobras que envolvia políticos de vários partidos e empresas públicas e privadas. O nome Lava Jato foi escolhido porque um dos locais usados para movimentar dinheiro ilegal era um posto de combustíveis e lava a jato de veículos em Brasília.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi, inicialmente chamado para depor como informante em 2015, mas posteriormente se tornou alvo das investigações. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá e de um sítio em Atibaia, ambos em São Paulo. Lula ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019 e foi impedido de participar das eleições presidenciais de 2018.

Em 2021, ano em que a Lava Jato foi oficialmente encerrada, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula, alegando que seus direitos não foram respeitados. Com isso, Lula ficou apto a concorrer à presidência em 2022 e assumiu o cargo em 2023, quando foi eleito.

*Com informações da CNN

Câmara dos Deputados debate os 10 anos da Operação Lava Jato