Em um crime que atingiu a região metropolitana de São Paulo, o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi assassinado na tarde de sexta-feira (11/08) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Fontes próximas e advogados acreditam que a motivação do crime pode estar ligada a uma delação premiada em que Gritzbach expõe esquemas de lavagem de dinheiro relacionados ao crime organizado.

Em entrevista ao Metrópoles, o advogado Ivelton Salotto, que representava o empresário em processos por homicídio e lavagem de dinheiro, declarou que “a delação potencializou a morte dele, não foi determinante, mas potencializou”.

“Renunciei porque eu sabia que a delação potencializaria a morte dele”, afirmou Salotto.

Ele ressaltou que acreditava na inocência de Gritzbach quanto ao homicídio do ex-integrante do PCC Anselmo Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, morto em 2021. O advogado assegurou ainda que o empresário atuava como administrador no esquema de lavagem, sem envolvimento direto em outras atividades ilícitas.

Saiba mais:

A delação de Gritzbach, homologada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) neste ano, detalha operações de lavagem de dinheiro para figuras notórias, como o próprio Cara Preta e Claudio Marcos de Almeida, o “Django”.

Ambos foram associados à empresa de transporte coletivo UpBus, que opera na zona Leste de São Paulo e foi alvo de uma intervenção da Prefeitura após suspeitas de ligação com o PCC.

As investigações apontam que Gritzbach teria ordenado o assassinato de Cara Preta, motivado por uma disputa financeira envolvendo investimentos em criptomoedas. Salotto, no entanto, insiste na defesa de seu ex-cliente: “Não há nenhuma prova de que ele participou [do crime]”.

O atentado em Guarulhos

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach estava retornando de uma viagem internacional, ao lado da namorada, quando foi emboscado na área de desembarque do Terminal 2 do aeroporto. Segundo apurado, Gritzbach foi atingido por um tiro de fuzil no rosto.

Durante a tentativa de resgate, quatro seguranças – policiais militares contratados pela família – examinaram-no, mas dois acabaram baleados. A ação rápida e violenta asssustou quem estava no local e levou a uma resposta imediata das autoridades.

“A delação potencializou a morte dele”, diz advogado de delator do PCC executado em aeroporto