O servente de pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, que confessou ter assassinado uma mulher de 46 anos e as três filhas dela em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, Mato Grosso, está sendo considerado pelas autoridades como um “serial killer”, ou um assassino em série. Segundo o delegado Bruno França, que apura o crime, ele tinha um “santuário” dentro do contêiner onde morava com objetos e peças de roupas com o sangue das vítimas da chacina.

O delegado informou que Gilberto chegou a Sorriso depois de sair de Lucas do Rio Verde (a 335 km de Cuiabá). Nessa cidade, ele quase conseguiu realizar um crime semelhante à chacina do último final de semana: O criminoso atacou uma mulher de 26 anos em setembro deste ano, porém ela conseguiu reagir e sobreviveu.

Neste crime anterior, Gilberto invadiu uma residência e cometeu abuso sexual contra uma mulher, que estava dormindo. Após o crime sexual, ele tentou matar a vítima que conseguiu reagir, mas foi ferida com uma facada no pescoço. Outra vítima que também estava na casa tentou intervir e foi atingida por um soco no rosto pelo suspeito, causando lesões no olho direito. Após os crimes, ele fugiu em uma bicicleta.

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Por causa desse crime, segundo o delegado, ele era foragido da justiça: Havia um mandado de prisão contra ele pelo crime sexual, que estava em aberto. Também havia outro mandado de prisão aberto contra ele na comarca de Mineiros, em Goiás, por latrocínio.

Chegando em Sorriso, Gilberto se passou por uma pessoa em situação de rua, e chegou a ser cadastrado num programa da prefeitura destinada às pessoas nesta situação de vulnerabilidade. Pouco depois, conseguiu o trabalho na obra no bairro Florais da Mata, onde ocorreria o massacre. Por não ter residência fixa, ele ficou com o cargo de caseiro e “segurança” da obra. Enquanto esteve lá, planejou os assassinatos de Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos.

De acordo com a investigação, o criminoso se aproveitou de uma viagem do pai da família, que trabalha como caminhoneiro, para cometer os crimes. As vítimas foram esfaqueadas e degoladas, e três delas sofreram abuso sexual – Gilberto as teria estuprado enquanto agonizavam. Os crimes aconteceram na noite de sexta, 24, para sábado, 25, e o assassino foi descoberto na segunda.

Na obra, ele possuía um container onde acondicionava seus pertences. Foi nesse espaço que o delegado, com o apoio da sua equipe, localizou o tipo de santuário e roupas das vítimas sujas de sangue. O delegado afirmou:

“Ele arrumou esse emprego e, como ele não tinha onde morar, ele ficou como o guardião da obra, tipo caseiro. Nesse local, ele tinha um container que ele guardava as coisas dele. Quando ele foi preso, ele entregou tipo um santuário que ele guardava as lembranças de estupro, as roupas com sangue”.

As quatro vítimas da chacina foram veladas e sepultadas na tarde de terça, 28, sob forte comoção popular.

Gilberto Rodrigues dos Anjos está na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como “Ferrugem”, em Sinop (a 500 km de Cuiabá). Ele precisou ser transferido devido ao risco de ser linchado pela população. A audiência de custódia dele já foi realizada e a juíza Giselda Andrade, da 2ª Vara Criminal de Sorriso, manteve a prisão dele.

Com informações de RD News e UOL.

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