Cerca de 95% dos homens consomem pornografia, é o que aponta o levantamento do Portal de Segurança Online. Em um mundo cada vez mais conectado, a pornografia tornou-se acessível a milhões de pessoas ao redor do mundo, com consequências que podem ser devastadoras tanto para a saúde mental quanto para os relacionamentos interpessoais.

Embora o consumo de conteúdo pornográfico seja muitas vezes normalizado, ele pode trazer sérios prejuízos à vida de quem o consome de forma excessiva, afetando suas percepções de si mesmo e das relações humanas.

De acordo com dados do Portal de Segurança Online, aproximadamente 95% dos homens e 75% das mulheres com idades entre 18 e 35 anos já acessaram conteúdo pornográfico em algum momento de suas vidas. Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (ABES) aponta que, do total de internautas brasileiros, cerca de 60% consumiram pornografia regularmente, com destaque para o público jovem, que é o mais afetado.

Cerca de 95% dos homens consomem pornografia; veja impactos causados pelo hábito — Foto: Pixabay

A pornografia não afeta apenas a percepção sexual, mas também o comportamento social e emocional dos indivíduos. A psicóloga Alcilene Moreira, responsável técnica da Clínica de Psicologia em Manaus, explica que o consumo desenfreado de pornografia pode ter efeitos psicológicos duradouros, como a diminuição da autoestima, ansiedade e dificuldades nas relações íntimas. “A pornografia pode gerar expectativas irreais sobre o corpo humano e sobre a dinâmica sexual. Quando as pessoas tentam replicar essas imagens no mundo real, podem sentir frustração, o que leva a um ciclo de insatisfação e desengajamento emocional”, comenta Alcilene.

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Além disso, a psicóloga alerta para o risco de dependência comportamental. “Em alguns casos, o consumo excessivo de pornografia se transforma em uma compulsão, com indivíduos gastando cada vez mais tempo e energia nesse consumo, o que prejudica a produtividade, a saúde emocional e até os relacionamentos afetivos”, afirma a especialista.

Cerca de 95% dos homens consomem pornografia; veja impactos causados pelo hábito — Foto: Pixabay

Em relação aos relacionamentos interpessoais, é observado que a pornografia pode contribuir para uma objetificação das pessoas, especialmente das mulheres, pois quando os indivíduos assistem a conteúdos pornográficos com frequência, tendem a internalizar que o sexo é algo a ser consumido de forma rápida e sem profundidade emocional. Esse comportamento pode enfraquecer a conexão emocional com o parceiro e criar dificuldades para estabelecer relações saudáveis e equilibradas.

Outro aspecto importante destacado pela especialista é a mudança na percepção de intimidade. “Os homens, principalmente, podem desenvolver expectativas sobre o desempenho sexual que não são compatíveis com a realidade, o que acaba gerando frustração e até problemas de disfunção sexual, como a disfunção erétil”, explica.

A conscientização sobre os riscos da pornografia é fundamental para prevenir os efeitos prejudiciais que o consumo excessivo pode causar. Para isso, órgãos como o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacam a importância de campanhas educativas e do acompanhamento psicológico para quem apresenta sinais de dependência ou distúrbios causados pelo consumo de pornografia.

A responsável técnica da Clínica de Psicologia, Alcilene Moreira reforça que o tratamento para aqueles que sentem que a pornografia está afetando suas vidas deve ser multidisciplinar. “A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a reestruturar pensamentos distorcidos sobre a sexualidade e a trabalhar questões emocionais ligadas à autoestima e à intimidade”, sugere. Além disso, a orientação profissional e o apoio de grupos de ajuda podem ser fundamentais para romper com padrões de comportamento prejudiciais.

Cerca de 95% dos homens consomem pornografia; veja impactos causados pelo hábito — Foto: Pixabay

Superar os efeitos negativos da pornografia é possível, mas exige paciência e comprometimento. O primeiro passo, de acordo com Alcilene, é reconhecer que o consumo excessivo é prejudicial. “É necessário que a pessoa perceba que o consumo desenfreado de pornografia não é saudável e que isso pode interferir em sua qualidade de vida”, afirma. O autoconhecimento e a busca por terapia são fundamentais para restaurar a confiança e o equilíbrio nas relações interpessoais.

A pornografia, embora amplamente acessível, não deve ser ignorada em seus impactos, e é vital que mais pessoas compreendam os riscos associados ao consumo excessivo desse tipo de conteúdo. A prevenção e o tratamento adequado podem ajudar a minimizar danos e oferecer alternativas para uma sexualidade mais saudável e realista.

*Com informações da assessoria

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