A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou, na sexta-feira (12/4), novas diretrizes para o diagnóstico da hipertensão. A principal recomendação é que os médicos não usem apenas a medição feita no consultório para definir se um paciente é hipertenso, mas avaliem também as medições feitas longe do ambiente hospitalar.

Segundo o documento da SBC, para algumas pessoas, estar diante de um médico pode causar tensão. A expectativa por resultados de exames é um fator de estresse, que pode provocar alterações no ritmo cardíaco e na pressão arterial dentro do consultório.

Essa condição tem até um nome: hipertensão do avental branco (HAB), que pode levar a diagnósticos errados e uso desnecessário de medicações. Por causa disso, a nova diretriz estabelece que o diagnóstico final deve se basear também no exame de monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou na monitorização residencial da pressão arterial (MRPA).

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O médico Audes Feitosa, coordenador da diretriz e membro do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, disse à imprensa:

“Estamos destacando a importância de medir a pressão fora do consultório, quer seja pelo Mapa ou por MRPA. Estudos mostram que a melhor medida não é a feita em consultório, pelo médico, porque ela pode levar à reação de alarme do paciente, resultando em um diagnóstico de hipertensão irreal”.

O que é a hipertensão?

Também chamada de pressão alta, ela é um dos principais fatores de risco para a doença arterial coronária, o acidente vascular cerebral (AVC) e a insuficiência renal. Estima-se que aproximadamente um quinto da população brasileira (24%) seja hipertensa.

Ela predomina entre as mulheres (26,4%) em relação aos homens (21%), segundo dados do relatório Estatística Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2023.

Ao fazer um recorte da prevalência por faixa etária, observou-se que 61% dos idosos convivem com hipertensão. Por outro lado, apenas 10% das crianças e adolescentes são diagnosticados com a doença.

Com informações de Metrópoles.

Sociedade de Cardiologia muda diretrizes para diagnosticar pressão alta