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Bolsonaro usa versículo bíblico para provocar Lula após nova tarifa imposta por Trump ao Brasil

Bolsonaro usa versículo bíblico para provocar Lula após nova tarifa imposta por Trump ao Brasil

Phill Vasconcelos
Por Phill Vasconcelos | 09 de julho de 2025

Horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais um versículo bíblico que soou como uma provocação direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A publicação ocorreu na noite desta quarta-feira (9/7)

“Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme.” — Provérbios 29:2.

A postagem veio logo após a carta divulgada por Trump, na qual o presidente norte-americano critica duramente o Supremo Tribunal Federal (STF), questiona o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe e justifica economicamente a nova tarifa, alegando, sem provas, que os EUA estariam sendo prejudicados na relação comercial com o Brasil.

A ofensiva causou forte repercussão política em Brasília. Aliados de Bolsonaro passaram a culpar o governo Lula pelo chamado “tarifaço”, alegando que o Brasil adotou posturas contrárias aos interesses dos EUA, ao se aproximar de países como China e Irã, além de adotar uma retórica mais crítica à política externa americana.


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No entanto, no Palácio do Planalto, a leitura é diferente. Integrantes do governo apontam que a ação de Trump está ligada diretamente à movimentação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e mantém interlocução próxima ao círculo trumpista. Em nota, Eduardo classificou a medida como “Tarifa-Moraes”, em alusão ao ministro do STF Alexandre de Moraes, alegando que seria uma resposta às supostas violações de liberdade de expressão no Brasil.

Fontes ligadas ao governo federal e ao PT enxergam na carta uma estratégia bolsonarista para internacionalizar a crise judicial de Bolsonaro, tentando usar Trump como aliado político para enfraquecer a credibilidade das decisões do Supremo. A retórica estaria menos ligada ao comércio e mais à narrativa de perseguição.

Nos bastidores, a base governista já começou a reagir com slogans nas redes sociais que confrontam essa narrativa:

“Lula quer taxar os super-ricos. Bolsonaro quer taxar o Brasil.”

A frase tem sido usada como contraponto, apontando que a articulação de uma medida tão agressiva contra o Brasil surgiu de aliados do ex-presidente, e não de um embate legítimo entre governos.

Em resposta oficial, Lula reafirmou a soberania do Brasil e garantiu que qualquer medida unilateral será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica. Para o presidente, o país não aceitará ameaças ou interferências externas em decisões que cabem exclusivamente às instituições brasileiras.

*Com informações do G1.