
Família de Juliana Marins afirma que jovem foi “deixada sozinha” em vulcão

A família de Juliana Marins vive com o sentimento de revolta após a morte da jovem brasileira, de 24 anos, encontrada sem vida nesta terça-feira (24/6) no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia.
“Se tivessem chegado a tempo, ela estaria viva”, a frase resume a dor dita pelos entes da jovem carioca.
Dançarina de pole dance e formada em publicidade pela UFRJ, Juliana estava em um mochilão pela Ásia desde fevereiro.
Na última sexta-feira (20), ela caiu de um penhasco de cerca de 300 metros enquanto fazia uma trilha ao lado de uma amiga.
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A irmã da vítima, Mariana Marins, afirma que Juliana foi deixada sozinha pelo guia do grupo por mais de uma hora, o que teria sido determinante para o acidente. “Ela estava cansada e pediu uma pausa, mas o guia seguiu com os outros. Quando voltou, já era tarde demais”, disse Mariana ao Fantástico.
Segundo o perfil @resgatejulianamarins, canal oficial da família nas redes sociais, o socorro demorou tanto que Juliana passou quase quatro dias à espera de resgate, escorregando montanha abaixo a cada noite. Mesmo após ser avistada por turistas — que enviaram fotos, vídeos e localização exata — e depois por drones, a equipe de busca teria recuado diversas vezes por causa do terreno e do clima. “Um dia inteiro e avançaram apenas 250 metros. Faltavam 350 para alcançar Juliana. Mais um dia perdido. Ela estava viva!”, relatou o perfil em tom de desespero.
O pai da jovem, Manoel Marins, só conseguiu embarcar para a Indonésia nesta terça-feira, e chegou ao país já com a confirmação da morte. Em sua primeira manifestação pública, postou nas redes a canção “Pedaço de mim”, de Chico Buarque, ao lado de uma foto da filha, com a legenda: “Pedaço tirado de mim.”
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A última imagem registrada de Juliana com vida foi feita por um drone: ela estava visivelmente imóvel, cerca de 500 metros abaixo do ponto da queda. Posteriormente, o corpo foi encontrado a 650 metros da trilha. A operação de evacuação durou mais de 14 horas.
O Parque Nacional do Monte Rinjani afirmou que o resgate foi feito “com extremo cuidado”, mas a família contesta
“Todos os vídeos divulgados como resgate são falsos. Eles não conseguiram chegar até ela. A espera já durava mais de 30 horas quando começaram a divulgar mentiras”, denunciou Mariana.
A jovem era natural de Niterói (RJ) e realizava o sonho de viajar sozinha pela Ásia. Antes da queda, Juliana e a amiga chegaram a gravar um vídeo durante a trilha dizendo que a vista “valia a pena”. Agora, a família pede apuração rigorosa sobre a conduta do guia e da equipe de resgate.
O corpo de Juliana será içado ao amanhecer desta quarta-feira (25/6), horário local, e transportado até o hospital Bayangkara. O Itamaraty acompanha o caso.