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Governador de estado dos EUA aprova pena de morte para condenados por estupro de criança

Governador de estado dos EUA aprova pena de morte para condenados por estupro de criança

Kell Vasquez
Por Kell Vasquez | 18 de junho de 2024

Governador Bill Lee, do Tennessee, aprovou a lei de pena de morte para condenações por estupro em crianças. A partir de 1º de julho, a lei entrará em vigor, mesmo contra a orientação da Suprema Corte dos Estados Unidos.

Em maio, o republicano Lee, assinou a lei sem fazer arlade. Essa lei autoriza o Estado a impor a pena para os crimes de estupro e estupro agravado de menores, que também podem ser sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de condicional.

Bill Lee é o segundo a aprovar legislação nesse sentido. Há um ano, o governador, Ron DeSantis, da Florida, decretou um projeto de lei parecido. Em Idaho, os deputados chegaram a aprovar a matéria, mas os senadores locais impediram que fosse à frente.

Existem contrariedades nas leis, antigo precedente do Supremo Tribunal, que considera a pena de morte inconstitucional para crimes não relacionados com homicídio. Contudo, com a legalização do aborto revista na Corte, especialistas acreditam que leis desse tipo podem ser revistas.

“Talvez a atmosfera seja diferente na Suprema Corte. Estamos simplesmente desafiando uma decisão”, afirmou a senadora republicana Janice Bowling, há um mês, ao debater a lei.


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Contra e a favor da pena de morte.

Para os defensores da legislação, o projeto enviará uma mensagem aos potenciais infratores. “Não em todos os casos, mas nos casos em que existem circunstâncias agravantes e nos casos em que há múltiplos crimes anteriores, múltiplas vítimas, múltiplas vítimas em situações particularmente vulneráveis”, explica um dos membros da Câmara de Tennessee, o republicano William Lamberth.

“Deveria ser pelo menos uma opção para um júri para o pior dos piores infratores que existem”, continua.

Para os críticos, os números servem para mostrar que não-brancos, deficientes intelectuais e população mais pobre têm maior chance de serem condenados a penas pesadas.

Quando julgou a lei, a Suprema Corte observou a natureza desproporcional da pena de morte para uma pessoa que não causou a morte. “Quando a lei pune com a morte, corre o risco de cair repentinamente na brutalidade, transgredindo o compromisso constitucional com a decência e a moderação”, escreveram os juízes.

Por mim, também afirmam que leis do tipo poderiam traumatizar ainda mais as vítimas, afinal, 30% das vítimas são abusadas por familiares e 90% das vítimas conhecem o seu agressor.

“Há toda essa dinâmica em que uma criança vai suportar o peso de uma possível sentença de morte para um vizinho, um tio, um avô”, disse Maria DeLiberato, da Associação da Flórida para Alternativas à Pena de Morte.