Tirar cochilo à tarde faz bem? Novo estudo diz que não; entenda

A recomendação de especialistas é que adultos durmam de sete a nove horas por noite para que o corpo e mente se recuperem bem. Porém, para muitas pessoas, a rotina diária torna difícil, ou mesmo impossível, cumprir essa meta.

Para compensar, muitas pessoas costumam tirar sonecas à tarde, mas um novo estudo mostrou que esse hábito pode ser, na verdade, prejudicial à saúde.

O trabalho foi apresentado no início de junho no congresso Sleep 2025, da Academia Americana do Sono, e foi publicado no periódico Sleep. De acordo com os pesquisadores, cochilos longos durante o dia estão associados a um maior risco de mortalidade em adultos de meia-idade e idosos.

Segundo Chenlu Gao, autor principal do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, pessoas que dormem mais durante o dia, têm padrões irregulares de sono diurno ou dormem mais por volta do meio-dia e no início da tarde apresentam um maior risco de morte, mesmo levando em consideração fatores de saúde e estilo de vida.

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Efeitos do cochilo

A Academia Americana de Medicina do Sono incentiva que adultos saudáveis limitem os cochilos diurnos a, no máximo, 20 a 30 minutos no início da tarde.

Os pesquisadores reconhecem que dormir à tarde melhora o estado de alerta e o desempenho ao longo do dia. Porém, cochilos de 30 minutos ou mais podem causar sonolência ao acordar. Essa sonolência pode atrasar os benefícios de curto prazo de um cochilo para o desempenho.

Como o estudo foi feito?

O estudo contou com 86.565 participantes que não trabalhavam em turnos e cujos dados estavam registrados no UK Biobank, um banco de dados biomédico de larga escala do Reino Unido. A idade média dos participantes era 63 anos.

Eles foram monitorados por actigrafia, um método não invasivo para monitoramento do sono, por sete dias. Foi definido como cochilo diurno o sono entre 9h e 19h. Os dados sobre mortalidade foram obtidos em registros nacionais. Os resultados foram ajustados para potenciais fatores de confusão, incluindo dados demográficos, índice de massa corporal, tabagismo, consumo de álcool e duração do sono noturno.

Gao observou que os resultados são importantes porque destacam a potencial importância de considerar os comportamentos de sono diurno na estratificação de risco de mortalidade em adultos. No entanto, o estudo apresenta algumas limitações. Por se basear na actigrafia, que detecta movimento, mas não atividade cerebral, a vigília silenciosa pode ter sido classificada erroneamente como sono. Ele também declara que pesquisas adicionais são necessárias.