
“Moraes esticou a corda, estamos em terreno minado”, diz Plínio

O senador Plínio Valério (PSDB) classificou como “perigosas” e “pessoais” a imposição de medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (18), pelo ministro do Supremo Tribuna Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Um dos mais ferrenhos críticos de Alexandre de Moraes, Plínio afirma que ele desta vez “esticou perigosamente a corda” contra o ex-presidente, o que pode gerar consequências imprevisíveis para a democracia brasileira.
“Tornou a coisa pessoal, essa questão dele mostrar que manda, é poderoso e não respeita o Bolsonaro é terreno minado, muito, muito perigoso porque está mexendo com milhares e milhares de pessoas que amam o ex-presidente”, analisou o senador amazonense.
Na avaliação do senador, essa corda esticada coloca em risco a própria democracia, pois o STF já desagradava outros setores e agora mexeu com essa parcela da população aliada do ex-presidente.
“Ele (Moraes) não precisava fazer isso, tornou a coisa pessoal e vai atingir todo mundo, inclusive nosso regime democrático. Lamento que um ministro do Supremo se dê a esse tipo de coisa, quando poderia tratar o problema de outra forma”, completou o senador.
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Plínio busca barrar protagonismo do Supremo
O senador Plínio Valério tem se destacado ao longo do mandato dele por manter uma postura crítica e incisiva contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Defensor fervoroso da independência entre os Poderes, Valério tem acusado a Corte de extrapolar suas funções constitucionais, especialmente em decisões que, segundo ele, invadem competências do Congresso Nacional.
O senador tem usado o plenário do Senado e as redes sociais para denunciar o que considera uma “judicialização da política” e um “ativismo judicial desmedido”. Entre suas críticas mais duras está a atuação do ministro Alexandre de Moraes, a quem acusa de perseguir opositores políticos.
Plínio também tem defendido abertamente a instalação de uma CPI para investigar os ministros do STF, além de propor limites de mandatos e mudanças no processo de nomeação dos magistrados. Para ele, o Senado tem sido omisso ao não exercer seu papel de fiscalizador da Corte.
Com essa postura, Valério tem ganhado apoio de parte da base conservadora e de senadores alinhados com pautas de limitação do poder do Judiciário. Seu embate com o STF simboliza a crescente tensão entre Legislativo e Judiciário, que desafia os equilíbrios institucionais da democracia brasileira