
Pecuaristas dos EUA querem que carne brasileira seja banida do país

Os pecuaristas dos Estados Unidos celebraram a recente decisão do presidente Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, especialmente a carne bovina. Segundo a Associação Nacional de Pecuaristas dos EUA (NCBA), a medida foi bem recebida, mas o grupo defende que o ideal seria a suspensão completa das importações vindas do Brasil. A declaração foi feita à emissora CNN.
“A NCBA apoia integralmente a iniciativa do presidente Trump”, afirmou a entidade, que representa os interesses dos criadores de gado americanos desde o final do século XIX. Eles alegam que há anos vêm pedindo a interrupção da entrada da carne bovina brasileira no mercado norte-americano. “A tarifa é um bom primeiro passo, mas o ideal seria um bloqueio total até que uma auditoria minuciosa seja realizada”, destacou a associação.
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Os produtores norte-americanos apontam falhas no controle sanitário da produção brasileira e acusam o setor de negligência com a saúde animal e com a segurança alimentar. Entre os principais argumentos, citam a presença de casos da doença da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB) no Brasil e o histórico de episódios de febre aftosa.
Em resposta, o Ministério da Agricultura do Brasil reforça que nunca houve registro de EEB na forma clássica no país, associada à ingestão de alimentos contaminados, como ocorreu no surto europeu. Os seis casos detectados em território nacional foram do tipo atípico, ou seja, surgiram de maneira espontânea, geralmente em animais mais velhos, sem relação com práticas alimentares ou sanitárias inadequadas.
De acordo com o governo brasileiro, essa condição não compromete o status sanitário do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que mantém desde 2012 o reconhecimento do país como sendo de risco insignificante para a doença.