
Alcolumbre sobe o tom e garante que não vai pautar pedido de impeachment de Moraes

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), avisou aos líderes partidários que não colocará em votação o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo que todos os senadores assinem o requerimento. A declaração foi dada em meio à pressão intensa da oposição, que manteve ocupação no plenário do Senado até esta quinta-feira (7/8) exigindo o afastamento do magistrado.
O recado foi dado na tarde de quarta-feira (6/8), durante reunião na residência oficial da presidência do Senado, quando a oposição ainda coletava assinaturas. Segundo presentes, Alcolumbre ressaltou que a decisão de pautar ou não um processo desse tipo é prerrogativa exclusiva do presidente da Casa. Em resposta direta ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), foi categórico ao afirmar que não levaria o pedido ao plenário.
De acordo com apuração do Metrópoles, o presidente frisou que sua posição não é uma questão de quantidade de assinaturas, mas de análise jurídica. Ainda assim, disse que eventuais novos requerimentos seriam examinados com “responsabilidade”.
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Nesta quinta-feira (7/8), aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciaram ter alcançado 41 assinaturas para o afastamento de Moraes. Alcolumbre manteve a postura firme. Interlocutores da oposição chegaram a pedir que ele ligasse para o senador Magno Malta (PL-ES), que estava acorrentado à mesa do plenário, mas ouviram um “não” como resposta. O senador reforçou que qualquer parlamentar que insistisse na ocupação seria retirado pela polícia.
O movimento oposicionista integra o chamado “pacote da paz”, uma série de demandas apresentadas após a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro por Moraes. Entre as exigências, estão a PEC que extingue o foro privilegiado e uma anistia ampla e irrestrita. Durante dois dias, bolsonaristas ocuparam as mesas da Câmara e do Senado e travaram a pauta do Congresso para pressionar pela votação.
Após o embate, Alcolumbre se reuniu novamente desta vez apenas com integrantes da oposição, e reafirmou que não cederia a pressões. No dia seguinte, o plenário foi desocupado.
(*)Com informações do Metrópoles