
Temendo reação de Moraes, defesa de Bolsonaro pede que Flávio apague vídeo do pai

Temendo uma nova reação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) a apagar de suas redes sociais um vídeo em que o pai aparece discursando. A publicação foi retirada do ar após o pedido dos advogados, que alertaram para o risco de descumprimento da medida cautelar que proíbe Bolsonaro de usar redes sociais — inclusive por meio de perfis de terceiros.

A postagem em questão mostrava Bolsonaro saudando os apoiadores que participaram das manifestações em Copacabana, no Rio de Janeiro, no último domingo. As imagens estavam editadas no formato típico das plataformas de vídeos curtos, com legendas em destaque.
“Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse o ex-presidente, com o celular na mão e a tornozeleira eletrônica visível.
Uma imagem que vale mais que mil palavras, hoje vamos às ruas por você @jairbolsonaro pic.twitter.com/1PBUIcVfOv
— Gilson Machado Filho (@GilsonMachado22) August 3, 2025
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Bolsonaro é advertido
Em julho, Bolsonaro já havia sido advertido por Moraes após aparecer nas redes sociais do filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na ocasião, o ministro do STF considerou o episódio um caso isolado, manteve as medidas cautelares e não decretou prisão preventiva. Desta vez, no entanto, a defesa avaliou que uma nova publicação poderia ser interpretada como reincidência e provocar consequências mais severas, incluindo a prisão imediata.
Moraes já deixou claro que qualquer tentativa de burlar a proibição de uso das redes poderá acarretar medidas mais duras. A preocupação com o rigor do ministro levou os advogados a agirem preventivamente, numa estratégia para evitar o agravamento da situação jurídica do ex-presidente, que segue monitorado por tornozeleira eletrônica e impedido de manter comunicação pública por meios digitais.
A medida cautelar é uma das decisões do STF dentro das investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e o suposto envolvimento de Jair Bolsonaro em articulações contra a democracia e as instituições brasileiras.