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Psol solicita arquivamento do PL da Anistia após explosão de bombas em Brasília

Psol solicita arquivamento do PL da Anistia após explosão de bombas em Brasília

Diogo Rocha
Por Diogo Rocha | 14 de novembro de 2024

O atentado a bomba executado pelo chaveiro Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na quarta-feira (13/11), motivou os deputados federais do Psol a pedirem o arquivamento do PL da Anistia. Nesta quinta-feira (14/11), os parlamentares da legenda protocolaram um requerimento para encerrar a tramitação da matéria na Câmara.

No documento, os congressistas alegam que o projeto de lei merece ser declarado prejudicado e arquivado, “tanto pelos fatos ocorridos na noite de ontem [quarta-feira] como pelas flagrantes inconstitucionalidades que reveste a matéria de fundo”.

O projeto prevê anistia a todos que participaram de atos com motivação política ou eleitoral entre outubro de 2022 e a data de vigência da futura lei, período que abarca os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Se aprovado, valerá para quem apoiou os ataques com doações, apoio logístico, prestação de serviços ou publicações em mídias sociais.

O requerimento foi assinado pelos deputados Sâmia Bomfim (Psol-SP), Fernanda Melchionna (Psol-RS), Luiza Erundina (Psol-SP), Glauber Braga (Psol-RJ), Chico Alencar (Psol-RJ) e Tarcísio Motta (Psol-RJ).

“Manter em tramitação uma proposição que pretende aprovar uma anistia para crimes tão graves enviaria uma mensagem perigosa de que atentados à democracia podem ser perdoados sem consequências, legitimando a proliferação de tais condutas”, afirmaram os deputados no requerimento.


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O PL estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. No entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), atrasou a tramitação da proposta e despachou a matéria para análise de uma comissão especial. Lira ainda não abriu a indicação de membros para a composição do colegiado.

No requerimento protocolado nesta quinta, os deputados do Psol afirmam que o fato ocorrido na Praça dos Três Poderes na quarta-feira tem “fortes indícios de que constitui uma continuidade dos atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023”. O arquivamento do projeto depende de um despacho de Arthur Lira.

“O simples fato de ser mantido em tramitação, pode, a qualquer momento e por até três legislaturas, ensejar o seu impulsionamento à apreciação, o que pode gerar grave risco e instabilidade, tornando-se um verdadeiro ‘passe livre’ para o cometimento de crimes, como o ocorrido na noite de ontem”, justificaram os deputados no requerimento.

*Com informações da CNN Brasil