
Seca nos rios do Amazonas: ministério considera situação controlada para transporte de cargas e passageiros

Um boletim hidrológico divulgado, nesta sexta-feira (8/8), pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), mostrou que o nível dos rios do Amazonas estão até quatro metros superior ao registrado no início de agosto do ano passado, quando a seca afetou a navegabilidade de cargas e prejudicou a economia do Estado.
Elaborado pela Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação (SNHN) do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), o boletim orienta a adoção com antecedência, caso necessário, de medidas que viabilizem o transporte fluvial nos rios do Amazonas.
No caso do rio Solimões, onde o MPor realizou em 2024 um contrato de dragagem inédito por cinco anos, a lâmina d’água está 409 centímetros acima do registrado no mesmo dia do ano passado em São Paulo de Olivença e 363cm em Tabatinga, cidades situadas na região do Alto Solimões, e 445cm centímetros em Coari, no Médio Solimões
“É uma região que depende muito das condições de navegabilidade para a chegada de alimentos, combustível e medicamentos e os níveis atuais indicam que não deverá haver transtornos no transporte de passageiros e de carga no estado, como ocorreu no ano passado”, avalia o secretário Nacional de Hidrovias, Dino Antunes.
“Em todo caso, as medidas adotadas em 2024 já permitem uma solução mais permanente, em caso de estiagem severa, pois contratamos serviços de dragagem por cinco anos. Ou seja, a empresa contratada já está à disposição para usar seus equipamentos nos pontos adequados, caso haja necessidade”.
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Rios do Amazonas passam por dragagem
Já no rio Amazonas, também contemplado pelo contrato do MPor para dragagem por cinco anos, o ponto de monitoramento de Itacoatiara, na região do Baixo Amazonas, o nível está 322 centímetros acima do registrado no mesmo dia do ano passado.
Em Manaus, o nível do rio Negro está 339 centímetros acima do verificado em 2024.
“O trecho entre Itacoatiara e Manaus é fundamental para o transporte de grandes cargas que abastecem a capital e a Zona Franca de Manaus, ou seja, tem forte impacto na economia do estado. Vamos continuar acompanhando de perto o desempenho do rio para adotar as medidas necessárias, caso surjam bancos de areia que prejudiquem a navegação”, disse Dino Antuneso. “A princípio, as condições atuais do rio não indicam problemas”.
No final do ano passado, o MPor investiu cerca de R$ 500 milhões para garantir a dragagem de manutenção do Solimões e do Amazonas por cinco anos, evitando atrasos decorrentes dos processos anuais de licitação para dragagem.
Os trechos que tiveram o contrato assinado para realização de dragagem no rio Solimões são: Coari-Codajás, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença e Tabatinga a Benjamin Constant. No rio Amazonas, o contrato contempla o trecho de 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara.