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Juiz vê no TikTok que universitária bolsista não é pobre e aciona o Ministério Público, em GO

Juiz vê no TikTok que universitária bolsista não é pobre e aciona o Ministério Público, em GO

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 23 de julho de 2025

Um juiz da Vara da Fazenda Pública Municipal de Anápolis, município a cerca de 55 km da capital goiana, acionou o Ministério Público de Goiás (MPGO) após uma universitária do curso de medicina da UniEvangélica possivelmente ter tentado burlar o sistema público para manter bolsa integral de programa social da cidade.

O juiz Gabriel Lisboa considerou que a estudante Gabriella Andrade Viegas de Arruda e a sua família não têm o padrão de vida alegado no processo, que informa renda de apenas três salários mínimos.

O magistrado analisou vídeos e fotos postados nas redes sociais da universitária, especialmente na plataforma TikTok, e considerou que ela ostenta viagens internacionais, um modo de vida fitness, é adepta das corridas, fatos que, segundo ele, não condizem com a pobreza declarada pela aluna.


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Entenda o caso: aluna tem bolsa estudantil contestada

Gabriella é estudante do curso de medicina desde 2020/1. Ela é beneficiária do Programa GraduAção, da Prefeitura de Anápolis, que tem caráter educacional e social, cujo objetivo é conceder bolsas de estudos a alunos universitários cuja renda familiar bruta seja de até 6 (seis) salários mínimos nacionais.

No penúltimo semestre do curso, a jovem teve a bolsa suspensa e entrou na Justiça contra a instituição e contra o município de Anápolis, pedindo pela manutenção do benefício. A princípio, a manutenção foi concedida em caráter liminar.

Porém, agora a liminar foi suspensa pelo magistrado, que alegou inconsistências nos argumentos da universitária.

Para começar, ficou claro que a própria advogada que assinou o processo, Priscilla Silva de Andrade, é a mãe da estudante. Ainda conforme o juiz, a mulher, além de advogada, é servidora pública estadual com vencimentos de R$ 8.496,10 mensais – valor que sozinho já é quase três vezes maior do que os três salários mínimos alegados como renda total da família.

A alegação de que a universitária morava com o avô pobre também foi contestada. O avô materno, Marcos Valin de Andrade, com quem a estudante dizia morar em situação de pobreza, é sócio-administrador da empresa MVA Prestadora de Serviços Ltda, com capital social de R$ 100 mil. A sede dessa empresa fica no mesmo endereço da estudante e da empresa de sua mãe.

A Prefeitura de Anápolis informou que foi montada uma comissão para avaliar os critérios do Programa GraduAção.

*Com informações de Metrópoles