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Cármen Lúcia rejeita pedido de Bolsonaro para anular investigação sobre cartão de vacina

Cármen Lúcia rejeita pedido de Bolsonaro para anular investigação sobre cartão de vacina

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 03 de fevereiro de 2025

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, negou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular a investigação sobre a suposta fraude no cartão de vacina contra a covid-19. A apuração resultou na prisão de Mauro Cid e na apreensão do celular de Bolsonaro em 2023.

A defesa do ex-presidente ingressou com um mandado de segurança no STF em dezembro de 2024, com pedido de liminar. Os advogados questionaram “condutas omissivas e atos jurisdicionais comissivos” praticados pelo ministro Dias Toffoli. Em 2024, Toffoli já havia negado outro pedido semelhante relacionado à mesma investigação.

Bolsonaro contesta a abertura da investigação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, argumentando que o caso, registrado como “petição”, trata-se de um inquérito policial instaurado de forma irregular.

A defesa também critica a permanência do caso sob relatoria de Moraes, uma vez que ele conduz outras investigações contra o ex-presidente, incluindo as sobre os atos de 8 de Janeiro e a disseminação de fake news.

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Mnistra Cármen Lúcia -
Ministra Carmen Lúcia (Foto: Carlos Moura/STF)

Segundo os advogados de Bolsonaro, a distribuição do caso para Moraes é “absolutamente descabida” e viola princípios como o do juiz natural, o devido processo legal e a imparcialidade.

Na decisão, Cármen Lúcia afirmou que a ação “não pode ter seguimento, em razão da decadência do direito à impetração”. Ela citou que, conforme a Constituição e a jurisprudência da Corte, não cabe mandado de segurança contra atos das Turmas, do plenário ou de ministros do STF, a menos que houvesse “flagrante ilegalidade ou teratologia” na conduta de Alexandre de Moraes. A ministra considerou que isso não foi demonstrado pela defesa de Bolsonaro.

Bolsonaro é indiciado por suposta fraude do cartão de vacina

O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em março de 2024 pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, no âmbito da investigação sobre fraude em certificados de vacinação. Além dele, seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, também foi indiciado.

A investigação apurou que entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, registros falsos foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde, beneficiando pessoas próximas a Bolsonaro, incluindo sua filha Laura.

O ex-presidente afirmou que “não existe” qualquer adulteração em seu cartão de vacina e que nunca foi exigido dele comprovante de imunização para entrar em qualquer lugar. Bolsonaro também alegou que sua filha Laura, de 12 anos, não foi vacinada contra a covid-19 e que apenas Michelle Bolsonaro tomou a vacina da Janssen nos Estados Unidos.

Bolsonaro- indiciado pela - PF- Passaporte de Bolsonaro apreendido
O ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Bruno Esaki/Metrópoles)