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Direita lidera eleições legislativas na França no primeiro turno, indica boca de urna

Direita lidera eleições legislativas na França no primeiro turno, indica boca de urna

Diogo Rocha
Por Diogo Rocha | 30 de junho de 2024

A direita francesa caminha para conquistar a maioria das cadeiras do Parlamento da França. O Reagrupamento Nacional (RN), partido dirigido por Marine Le Pen, foi o mais votado no primeiro turno das eleições legislativas francesas que foram antecipadas. O segundo turno será no próximo domingo (07/07).

As primeiras projeções do resultado das urnas, às 20h de Paris (15h de Brasília) deste domingo (30/06), indicam que o RN obteve 34% dos votos, segundo a boca de urna, contra 28,1% da Nova Frente Popular (NFP), de esquerda; e 20,3% do Ensemble! (Juntos), coalizão do presidente Emmanuel Macron, grande derrotado nas eleições.

Em uma média das estimativas das diferentes empresas de pesquisas, isso representaria de 230 a 275 deputados para o RN, a depender do jogo de alianças entre o primeiro turno e o segundo. São necessários 289 para ter a maioria absoluta. A esquerda ficaria com 150 a 180 deputados, e a ex-maioria governista com 65 a 95 deputados. Esses números ainda devem sofrer alterações ao longo das próximas horas, com o avanço da apuração.


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O RN contou ainda com o apoio de uma pequena ala dissidente do partido conservador Republicanos, de direita, que oficialmente não fez coalizão com o partido de Le Pen .

“Nada está ganho. Precisamos de uma maioria absoluta para que Jordan Bardella seja nomeado primeiro-ministro”, disse Marine Le Pen, 55, principal figura do RN e eleita deputada já no primeiro turno, referindo-se a seu pupilo e presidente do RN, de apenas 28 anos.

Bardella procurou soar conciliador em seu discurso pós-eleitoral:

“A vitória é possível, e a alternância no poder está ao alcance da mão. Pretendo ser o primeiro-ministro de todos os franceses, respeitoso das oposições, aberto ao diálogo. Respeitarei as funções do presidente da República, mas serei intransigente em relação às políticas que aplicaremos.”

Já Macron limitou-se a enviar à imprensa uma declaração. “Diante do RN, a hora é de uma grande aliança claramente democrata e republicana para o segundo turno”, afirmou, sem chegar a anunciar apoio a candidatos da NFP.

O primeiro-ministro, Gabriel Attal, 35, foi mais explícito que Macron e conclamou os candidatos do governo que ficaram em terceiro lugar a desistirem em favor da esquerda. Homossexual declarado, Attal citou sua “história pessoal” como razão para a decisão que anunciou publicamente. No cargo desde janeiro, ele deve renunciar logo após o segundo turno.

*Com informações da Folha de S.Paulo e O Globo