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Tarifaço de Trump, em vigor nesta quarta (6), pode cortar 146 mil empregos no Brasil em até 2 anos, diz pesquisa

Tarifaço de Trump, em vigor nesta quarta (6), pode cortar 146 mil empregos no Brasil em até 2 anos, diz pesquisa

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 06 de agosto de 2025

O tarifaço aplicado por Donald Trump sobre os produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos pode levar à perda de 146,6 mil empregos formais e informais no país em um intervalo de até dois anos. É o que aponta levantamento da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) divulgado nesta semana.

As tarifas comerciais americanas entram em vigor nesta quarta (6/8).

O cálculo já considera as exceções à sobretaxa de 50% que foram estabelecidas em decreto do presidente americano, que acabou isentando quase 700 produtos do tarifaço, ou 43% do total exportado pelo Brasil aos EUA em 2024.

De acordo com a Fiemg, o impacto da nova política tarifária sobre os setores mais afetados deve causar uma redução de R$ 25,8 bilhões no curto prazo, de 1 a 2 anos, para a atividade econômica, o equivalente a 0,22% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Isso levaria a uma perda de 146.605 postos de trabalho nesse período, considerando empregados formais e informais.

O levantamento feito pela entidade mostra que a perda de postos seria maior nos setores de siderurgia (queda de 8,1% de empregos no curto prazo), fabricação de produtos de madeira (-6,6%) e pecuária (-3,3%).


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De modo geral, o tarifaço não deve reverter o quadro positivo do mercado de trabalho no Brasil. Segundo o economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o efeito negativo tende a ficar mais concentrado nas atividades diretamente afetadas.

Afinal, a população ocupada com algum tipo de trabalho (formal ou informal) alcançou o recorde de 102,3 milhões no trimestre até junho, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em um reflexo da ocupação em alta, a taxa de desemprego recuou a 5,8% no mesmo período. Foi a primeira vez que o indicador ficou abaixo de 6% na série histórica iniciada em 2012.

Com informações de Folha de S. Paulo.