
Haddad vai se reunir com EUA para discutir acordo de cooperação sobre terras raras brasileiras

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (4/8) que vai conversar com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sobre um possível acordo de cooperação com os Estados Unidos envolvendo minerais críticos e terras raras do Brasil. A conversa ocorre em meio às tensões comerciais causadas pelo aumento de 50% de tarifas sobre produtos brasileiros.
A reunião deve ocorrer nesta semana, de forma virtual, e busca abrir caminho para um eventual diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Em entrevista à TV Band, Haddad disse:
“Se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral e, sobretudo, de investimentos estratégicos. Temos minerais críticos e terras raras, os EUA não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”.
Segundo o ministro, áreas como tecnologia, biotecnologia e energia limpa também estão no radar da cooperação bilateral. Haddad também falou:
“Na área tecnológica temos muito a aprender e temos muito também a ensinar. Veja o objeto de desejo que se tornou o Pix, que tem sido considerado por prêmios Nobel de Economia o futuro da moeda digital.
Para quem está com medo de cripto, desdolarização, nós temos uma tecnologia que pode interessar muito ao mundo”.
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O plano de contingência elaborado pelo governo, e que deve ser divulgado nos próximos dias, visa mitigar o impacto das tarifas americanas sobre as exportações brasileiras. Segundo Haddad, algumas commodities como carne e café podem encontrar saídas fáceis, mas outros produtos requerem mais atenção:
“O Brasil não terá dificuldade de redirecionar essas commodities para outras praças comerciais. Mas há outros setores que esses sim inspiram muito cuidado, um impacto que poderemos considerar microeconômico, pois não afeta a macroeconomia. Mas nós não queremos prejudicar ninguém em torno dessa injustiça”.
*Com informações de CNN Brasil