
Governo brasileiro se posiciona contra ataques dos EUA e Israel a instalações nucleares do Irã

O governo brasileiro manifestou, neste domingo (22/6), grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio, condenando com veemência os ataques de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. A posição foi divulgada em nota oficial pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O Itamaraty classificou as ações como uma “flagrante violação da soberania iraniana e do direito internacional”, além de representar uma ameaça direta à segurança global. O comunicado reforça que ataques contra instalações nucleares são “uma grave transgressão à Carta da ONU”, colocando em risco populações civis e o meio ambiente, devido ao perigo de contaminação radioativa e desastres de larga escala.
O governo brasileiro também reiterou sua posição histórica em defesa do uso pacífico da energia nuclear e condenou qualquer movimento que contribua para a proliferação de armas nucleares, especialmente em regiões instáveis como o Oriente Médio.
Além disso, o Brasil repudia veementemente os ataques a áreas densamente povoadas, que têm causado vítimas civis e destruído infraestrutura essencial, incluindo hospitais, cuja proteção é garantida pelo direito internacional humanitário.
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O Itamaraty fez um apelo urgente por diálogo, destacando que a continuidade desse ciclo de violência pode gerar consequências irreversíveis para a paz global, a estabilidade regional e o regime internacional de não proliferação nuclear.
A tensão aumentou após Israel lançar, no dia 13, um ataque surpresa contra o Irã, alegando impedir a construção de uma bomba atômica. No sábado (21/6), os Estados Unidos ampliaram a ofensiva, atingindo três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan.
O Irã nega que busque armas nucleares, afirmando que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos e que estava negociando com os EUA novos termos para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Por outro lado, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acusa o país de não cooperar plenamente, embora não tenha confirmado que Teerã esteja construindo uma bomba.
O governo iraniano também acusa a AIEA de agir sob influência política das potências ocidentais, alinhadas a Israel. Vale lembrar que, embora denuncie os riscos do programa nuclear iraniano, Israel nunca reconheceu oficialmente possuir armas nucleares, embora diversos relatórios internacionais apontem que o país mantém um arsenal estimado em até 90 ogivas nucleares desde a década de 1950.
(*)Com informações da Agência Brasil