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Isabelle Nogueira quebra o silêncio sobre polêmica no resultado do Festival de Parintins: “É preciso cuidado com esse tipo de discurso”

Isabelle Nogueira quebra o silêncio sobre polêmica no resultado do Festival de Parintins: “É preciso cuidado com esse tipo de discurso”

Arquipo Goes
Por Arquipo Goes | 03 de julho de 2025

Em entrevista ao Léo Dias TV nesta quinta-feira (3/7), a Cunhã Poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, falou pela primeira vez de forma mais aprofundada sobre as críticas e questionamentos envolvendo o resultado do Festival Folclórico de Parintins 2025, que consagrou o Garantido como campeão. A artista defendeu a credibilidade da apuração e alertou para os riscos de alimentar discursos de deslegitimação.

“Essas falas precisam ser muito cuidadosas. Na nossa bolha bovina, sempre há reações emocionadas, mas esse tipo de discurso pode virar algo perigoso. O Festival é movido por amor, mas também coloca comida na mesa de muita gente”, declarou Isabelle, ao ser questionada sobre a insinuação de que o resultado teria sido “comprado”.

Ela lembrou que tanto o Garantido quanto o Caprichoso tentaram impugnar jurados dias antes do festival e que as tratativas foram conduzidas de forma transparente.

“Um dos jurados que o Garantido tentou impugnar era, inclusive, do meu bloco. Mas os dois bois concordaram com a comissão e com as regras antes de entrar na arena. O que foi apresentado depois disso é especulação”, completou.


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Bastidores da apresentação histórica

Durante o bate-papo, Isabelle também detalhou os bastidores de suas impactantes apresentações no bumbódromo. Ela comentou sobre o primeiro dia, onde ela encarnou a Tapiraiauara, um ser místico da floresta, em uma performance com um costeiro de cerca de 50 quilos. “Foi uma construção ousada, com uma estrutura metálica fortíssima. Teve um truque de mágica ali que surpreendeu o público”, contou.

Respeito ao festival e recado contra o ódio

Isabelle aproveitou o espaço para fazer um apelo contra o aumento de discursos de ódio nas redes sociais após o resultado.

“Não podemos permitir que esse festival, que é uma herança cultural brasileira, seja contaminado por rivalidades tóxicas. O respeito entre as torcidas é o que faz de Parintins um exemplo.”

Ela também elogiou o posicionamento do prefeito de Parintins, Mateus Assayag, que organizou uma coletiva para apresentar documentos e reforçar a lisura do processo de escolha dos jurados. “O prefeito agiu como um verdadeiro líder pró-Parintins”, elogiou Isabelle.

Repercussão do Festival da Cunhã e críticas do Diva Depressão

Isabelle ainda comentou sobre a repercussão do Festival da Cunhã, que reuniu 30 mil pessoas na Arena da Amazônia. O evento, com cunho social, arrecadou toneladas de alimentos. Mas também virou alvo de críticas dos influenciadores que do canal Diva Depressão, que posteriormente pediram desculpas após repercussão negativa em todo do posicionamento do canal.

“Eles têm esse estilo de humor, mas acho que não cabe quando se trata de um evento com ação solidária. No momento, não dei atenção, porque a repercussão positiva foi muito maior. Mas depois eles se posicionaram, reconheceram o exagero”, contou.

Festival é resistência cultural

Ao final da entrevista, Isabelle reforçou a importância de Parintins ganhar cada vez mais visibilidade nacional.

“O Brasil precisa conhecer mais o Festival. É uma expressão de identidade, resistência, arte e amor do povo nortista. É comida no prato e dignidade para muitos trabalhadores da Amazônia.”

Isabelle ainda revelou que os trabalhos para o Festival de 2026 já começaram nos bastidores: “A disputa termina num domingo e na segunda a gente já tá sonhando o próximo boi. É assim que funciona em Parintins.”