Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Lula critica policiais: “Mal remunerado, quer fazer a violência e esconder”

Lula critica policiais: “Mal remunerado, quer fazer a violência e esconder”

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 19 de junho de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a se posicionar a favor do uso de câmeras corporais por policiais em todo o Brasil, como estratégia para conter casos de violência policial e garantir maior transparência nas ações das forças de segurança.

A defesa do uso dos equipamentos foi feita durante entrevista ao podcast “Mano a Mano”, apresentado pelo rapper Mano Brown, gravada no último dia 15 e publicada nesta quinta-feira (19/6).

Na conversa, Lula fez críticas  à forma como parte das corporações policiais age no país, destacando a falta de responsabilização de agentes que cometem abusos e escondem práticas violentas. Segundo o presidente, a adoção de câmeras corporais é uma medida essencial para mudar esse cenário.

“Hoje o policial é mal remunerado, anda armado e, de preferência, ele não quer saber da violência que ele pratica. Ele quer fazer a violência e quer esconder a violência. Por isso, nós estamos exigindo a volta das câmeras”, afirmou Lula durante a entrevista com Mano Brown.


Saiba mais:


Para o chefe do Executivo, o fato de o policial saber que está sendo gravado em serviço ajuda a inibir comportamentos abusivos, já que qualquer ação truculenta poderá ser monitorada e registrada como prova. Lula acredita que a medida é um passo importante para combater abordagens discriminatórias, muitas vezes motivadas por preconceitos de cor ou pela localização geográfica dos cidadãos.

“A câmera vai tornar mais comedido o comportamento policial. Ele sabe que ele está sendo vigiado, então ele tem que chegar e perguntar para as pessoas, sabe? Não é ficar perseguindo a pessoa pela cor ou pelo bairro”, completou o presidente no podcast.

Além de criticar a violência, Lula apontou a baixa remuneração como um dos fatores que agravam a postura agressiva de alguns policiais. Para ele, a precariedade salarial, que varia conforme a função e o estado, contribui para a insatisfação e a truculência no exercício das atividades de segurança pública.