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Mãe vítima de violência doméstica consegue na Justiça matrícula do filho em creche

Mãe vítima de violência doméstica consegue na Justiça matrícula do filho em creche

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 17 de abril de 2023

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) informou hoje, 17, que uma mãe, vítima de violência doméstica, conseguiu na Justiça o direito de matricular o filho de apenas 1 ano em uma creche da rede municipal de ensino, independente do calendário anual ou da disponibilidade de vagas, em Manaus. Ela conseguiu a matrícula mediante uma ação da DPE-AM, por meio do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem).

A decisão favorável a esta mãe foi assinada em 10 de março, pela juíza Eline Paixão, do 4º Juizado Especializado de Violência Doméstica.

A mulher assistida falou sobre sua situação de vulnerabilidade:

“Eu cheguei até a Defensoria através da Delegacia da Mulher, onde estive procurando ajuda para que meu ex-marido saísse de casa. Na época, eu sofria abusos psicológicos, agressões verbais e não estava mais suportando aquela situação. Foi aí que consegui a medida protetiva. Mas como o pai das crianças não poderia chegar perto de mim, eu precisava colocar o mais novo, de 1 ano, em uma escola, para que eu pudesse trabalhar e estudar e foi assim que a Defensoria foi fundamental, me esclarecendo sobre a Lei que assegura às mulheres vítimas de violência a prioridade para matricular os filhos em creches”.


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A Lei a qual a mãe se refere é a 11.340/2006, que diz: “A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso” (artigo 9º, parágrafo 7).

A Justiça deferiu em março o pedido da Defensoria e obrigou a Secretaria Municipal de Educação (Semed) a viabilizar uma matrícula em creche municipal localizada na Zona Norte da capital.

Depois de assegurada a vaga, a mãe da criança afirmou:

“O meu filho já está estudando, mas em processo de adaptação. Ele fica meio-período na creche e isso me ajuda bastante, me deixa mais tranquila com relação a segurança dele. Antes eu não sabia da existência dessa lei e a Defensoria foi essencial para me ajudar a acessar esse direito”.

O Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) é a unidade responsável por ofertar assistência jurídica gratuita às mulheres em situação de violência doméstica. Além da assistência jurídica, o Nudem também atua com em atividades pedagógicas em escolas públicas e instituições parceiras, levando informações e tirando dúvidas do público-alvo. Para pessoas que desejem algum tipo de assistência, agendamentos são feitos pelo Telegram (92 98417-3249), das 8h às 14h.

Já a Defensoria-Pública do estado oferece, de forma integral e gratuita, assistência e orientação jurídica às pessoas que não possuem condições financeiras de pagar as despesas de uma ação judicial ou extrajudicial.