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MPF pede interdição de duas áreas com presença de indígenas isolados no Amazonas

MPF pede interdição de duas áreas com presença de indígenas isolados no Amazonas

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 22 de novembro de 2024

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que interdite, de forma imediata, áreas com a presença de povos indígenas isolados nas regiões do Mamoriá Grande, em Lábrea, e do Igarapé Caribi, nos municípios de Silves e Itapiranga, no Amazonas. A medida, proposta com base na Portaria de Restrição de Uso prevista no art. 7º do Decreto nº 1.775/96, visa proteger esses grupos altamente vulneráveis.

O documento considera as recomendações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que relatam a presença de povos isolados na região do Igarapé Caribi.

A Funai, por sua vez, confirmou a alta probabilidade de existência desses grupos, alertando sobre possíveis impactos da exploração de petróleo e gás provenientes da empresa Eneva na área. A região do Igarapé Caribi também abriga atividades de manejo madeireiro da empresa Mil Madeiras Preciosas.


Saiba mais:


No Mamoriá Grande, expedições realizadas em dezembro de 2023 pela Frente de Proteção Etnoambiental Madeira Purus da Funai documentaram a presença de povos indígenas isolados em dois benefícios específicos. Essas situações enfrentam graves riscos em razão de sua vulnerabilidade a doenças e outros impactos adversos de interações com a sociedade externa, exigindo ações baseadas no princípio da precaução.

O MPF exige que a Funai edite e promulgue portarias que restrinjam o uso de áreas habitadas por povos isolados, com delimitação georreferenciada. As autoridades citadas nominalmente na recomendação são a presidente da Funai e a diretora de Proteção Territorial, que terão prazo de dez dias para informar ao MPF sobre o acatamento da medida e detalhar as disposições tomadas.