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MP Eleitoral denuncia Nikolas Ferreira por difamar ex-prefeito Fuad Noman, falecido em março; entenda

MP Eleitoral denuncia Nikolas Ferreira por difamar ex-prefeito Fuad Noman, falecido em março; entenda

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 09 de julho de 2025

O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais entrou com ação pedindo a suspensão dos direitos políticos do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), sob acusação de difamação e disseminação de fake news contra o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), durante o segundo turno das eleições municipais de 2024.

Segundo o MP, os parlamentares utilizaram informações falsas e descontextualizadas com o objetivo de prejudicar a imagem e a candidatura de Fuad Noman, que buscava a reeleição. Como consequência, a Promotoria também solicitou indenização por danos morais à família de Fuad, que faleceu em março deste ano, aos 77 anos.

Fuad Noman - prefeito de Belo Horizonte (BH)
Fuad Noman, ex-prefeito de BH (Foto: Divulgação)

Entre os principais alvos da campanha de desinformação está o livro “Cobiça”, publicado por Fuad em 2020. Durante um debate promovido pela TV Globo, Bruno Engler classificou a obra como “pornográfica” e questionou o ex-prefeito sobre seu conteúdo:

“O senhor escreveu ou não escreveu o livro ‘Cobiça’, um livro erótico e pornográfico?”, indagou Engler.
Fuad rebateu: “É o rei das fake news, ele não leu o livro. Se ele tivesse lido, não estaria falando uma bobagem dessas.”


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Outro ponto explorado na campanha foi uma falsa associação entre a prefeitura e a exposição de crianças a conteúdo impróprio durante um festival de quadrinhos realizado em Belo Horizonte. A Justiça Eleitoral determinou, ainda no período da campanha, a retirada dos vídeos com esse conteúdo e o direito de resposta a Fuad Noman, com dez inserções no horário eleitoral gratuito de Bruno Engler.

O deputado Nikolas Ferreira ao lado de Bruno Engler — Foto: Luísa Marzullo
O deputado Nikolas Ferreira ao lado de Bruno Engler (Foto: Luísa Marzullo)

Além de Nikolas Ferreira e Bruno Engler, o Ministério Público também denunciou outras duas figuras do PL: Cláudia Araújo Romualdo (Coronel Cláudia), então candidata a vice-prefeita na chapa de Engler, e Sheila Aparecida Pedrosa de Mello Oliveira (Delegada Sheila), deputada estadual.

As decisões judiciais tomadas durante o pleito já haviam apontado para a irregularidade das propagandas eleitorais produzidas pelos denunciados, classificadas como caluniosas, difamatórias e sabidamente falsas. Em uma das sentenças, o juiz Adriano Zocche destacou que a campanha de Engler utilizou desinformação deliberada, chegando a sugerir que o livro de Fuad fazia apologia à pedofilia — algo totalmente infundado.

Nikolas Ferreira se manifesta

Na tribuna da Câmara Federal, Nikolas se manifestou sobre o caso e publicou seu discurso nas redes sociais. Em sua fala ele disse:

“Tão querendo caçar meus direitos políticos porque eu fiz rachadinha? Por que eu botei dinheiro na cueca, porque eu quebrei as estatais do Brasil? Não. Estão querendo me deixar inelegível porque eu denunciei um livro pornográfico do antigo prefeito de Belo Horizonte. Uai, posso falar mais não!? […] É muita coincidência que só parlamentar de direita é perseguido nesses país”.

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