Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Pastora e marido são presos por morte de mulher que estava em cárcere

Pastora e marido são presos por morte de mulher que estava em cárcere

Arquipo Goes
Por Arquipo Goes | 05 de julho de 2025

Flávia Cunha Costa, de 42 anos, morreu após meses vivendo em situação de extrema vulnerabilidade na residência da pastora Marleci Ferreira de Araújo e do marido dela, Ronnyson dos Santos Alcântara, no bairro do Guamá, na capital paraense. De acordo com a Polícia Civil do Pará (PCPA), a vítima sofria maus-tratos constantes e teve a saúde comprometida por desnutrição severa, que acabou sendo a causa de sua morte.

O caso veio à tona após denúncias recebidas pela polícia em 15 de maio, apontando que Flávia estaria sendo forçada a realizar serviços domésticos sem qualquer remuneração e apresentava sinais visíveis de sofrimento físico. A prisão preventiva dos investigados foi cumprida nesta sexta-feira (4/7).

Na época da primeira abordagem policial, Flávia estava debilitada, mas preferiu não denunciar os suspeitos, alegando que mantinha uma relação de amizade com o casal e que enfrentava perseguição religiosa por parte da própria família. Mesmo assim, os agentes constataram que o quarto onde ela dormia estava em condições insalubres, e familiares confirmaram que ela era alvo de violência psicológica.

Embora não tenha havido flagrante no momento da abordagem, a Justiça autorizou mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva dos suspeitos. O casal, por sua vez, nega as acusações.


Leia mais:

STF suspende convocação de aprovados no concurso da PM do Amazonas de 2011

Cetam oferece mais de 9 mil vagas em cursos gratuitos; saiba como se inscrever


Pastora sofreu maus-tratos

Flávia faleceu no dia 19 de junho. Segundo o boletim médico, ela foi levada ao Pronto-Socorro Municipal do Guamá pelo casal, que se identificou como “vizinho” da vítima e a abandonou no local sem qualquer documentação. A equipe médica suspeitou de maus-tratos, acionou o serviço social e, posteriormente, a polícia. Os dois deixaram o hospital logo após a chegada das autoridades.

A delegada Bruna Paolucci, responsável pela investigação, informou que o caso está sendo tratado como cárcere privado com resultado morte.

“O estado físico de Flávia dizia o que ela não conseguiu verbalizar. As condições em que vivia, a omissão de socorro e a privação de liberdade revelam que ela foi vítima de abuso emocional e manipulação”, afirmou.