
Polícia investiga esquema de adoção ilegal após casal de SP pagar R$ 500 por bebê em Manacapuru

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) está investigando um suposto esquema criminoso de adoção ilegal após o casal de São Paulo, identificados como Wesley Lourenço e Luiz dos Santos, pagar R$ 500 por um recém-nascido no município de Manacapuru, no interior do Amazonas.
Segundo a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Manacapuru, a tentativa de adoção fora dos trâmites legais é considerado tráfico humano.
“Esse tipo de adoção é um crime, se enquadra também de tráfico humano para fins de adoção ilegal e que é um crime gravíssimo”, disse ela. Em seguida, Joyce Coelho falou sobre a investigação de um suposto esquema criminoso após a prisão do casal paulista.
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Intermediadora
A investigação também apurou que, em São Paulo, uma mulher de Manacapuru, com histórico de facilitar adoções ilegais, ajudou no processo.
“Com base em tudo isso, confirmamos que existe um esquema de adoção ilegal, envolvendo pagamentos em dinheiro. Por isso, realizamos o flagrante e apreendemos os celulares dos três presos. A quebra de sigilo será solicitada para identificar todos os envolvidos e responsabilizá-los conforme a lei”, afirmou Joyce Coelho.
Denúncias apontam mais vítimas
A delegada também informou que há indícios de que o casal tenha levado outra criança em uma ocasião anterior, embora isso ainda não tenha sido confirmado. Além disso, eles tiveram um processo de adoção arquivado por não apresentarem a documentação correta e por tentarem fraudá-lo.
O trio responderá pelos crimes de tráfico de pessoas com a finalidade de adoção ilegal. Eles seguem à disposição da Justiça.
O caso

De acordo com a delegada Joyce Coelho, da DEP de Manacapuru, a equipe recebeu uma denúncia anônima, na sexta-feira (11/07), com a imagem de um veículo circulando pela cidade com dois homens. A mensagem dizia que eles estariam negociando a compra de um bebê recém-nascido, na maternidade pública do município.
“Com base nessa informação, determinei que a equipe realizasse os levantamentos necessários e acionamos o Conselho Tutelar para acompanhar. Na maternidade, havia quatro mães que haviam dado à luz naquele dia. Após conversar com os enfermeiros, identificamos a mãe do bebê, de 31 anos, que não pôde ser ouvida porque estava recebendo cuidados médicos após o parto”, explicou Joyce Coelho.
Suspeito fingiu ser pai do bebê

Segundo a delegada, a investigação revelou que um dos homens se apresentou como o pai biológico da criança. Ele chegou a acompanhar o parto, assistiu o procedimento e recebeu a Declaração de Nascimento Vivo (DNV), documento necessário para o registro da criança em cartório. Tentou registrar o bebê, mas o sistema estava com falha e o registro não foi concluído.
“No momento da abordagem, o casal estava visivelmente nervoso. Inicialmente, um deles afirmou ser o pai biológico da criança, mas logo após admitiram que haviam transferido R$ 500 para José Uberlane, que os havia indicado a mulher disposta a entregar o filho logo após o parto”, contou a delegada.
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Durante as investigações, foi constatado que a mulher havia decidido entregar o bebê devido a uma dívida pendente. O casal estava no município desde junho, aguardando o nascimento da criança para levá-la a São Paulo.