
Operação mira quadrilha de estelionatários que fraudava empréstimos no AM

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (7/8), a Operação Expurgatio, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes contra a Caixa Econômica Federal (CEF). A ação ocorreu simultaneamente nos estados do Amazonas e da Paraíba, resultando em 14 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e quatro medidas cautelares expedidas pela Justiça.
De acordo com as investigações da operação, o prejuízo causado ao banco público ultrapassa os R$ 941 mil. O esquema utilizava documentos falsificados para abertura de contas e obtenção de empréstimos fraudulentos em nome de terceiros, incluindo servidores públicos.
Esquema fraudulento começou em 2016
A PF apurou que o grupo criminoso atua desde 2016, manipulando dados e falsificando identidades para conseguir recursos indevidos. Os valores obtidos ilegalmente eram repassados a contas de laranjas ou empresas de fachada, dificultando o rastreamento e o bloqueio dos recursos.
As fraudes eram cuidadosamente estruturadas em dois núcleos operacionais, que atuavam de forma coordenada entre os estados:
Operação no Amazonas
Este núcleo era responsável por organizar a ida de integrantes da quadrilha a agências da Caixa, inclusive em municípios distantes do interior do estado, para facilitar a aplicação dos golpes. Eles selecionavam perfis de vítimas ideais, geralmente com bom histórico de crédito e sem conhecimento da fraude.
Após a abertura das contas e aprovação dos empréstimos, os valores eram transferidos para uma empresa pessoa jurídica controlada por um dos investigados. Em seguida, os recursos eram repassados ao autor do golpe, com desconto de 10% como “taxa” pela fraude.
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Esquema em João Pessoa
O segundo núcleo, baseado na Paraíba, era o destino de parte significativa dos valores desviados. Os recursos eram direcionados para pessoas físicas com vínculos pessoais e territoriais entre si, muitos dos quais moravam no mesmo bairro, indicando uma estrutura criminosa bem articulada.
Há ainda indícios de associação criminosa entre os núcleos, com repetição de participantes em diferentes etapas do crime e reincidência entre alguns dos investigados.
Parte dos envolvidos já havia sido presa anteriormente por crimes semelhantes, mas voltou a praticar estelionato contra a instituição financeira. Os alvos da operação desta quinta-feira estão sendo submetidos a medidas cautelares diversas da prisão, que incluem restrição de movimentação bancária, proibição de contato entre os investigados e obrigação de comparecimento regular à Justiça.
Prejuízo
A Caixa Econômica Federal, que colaborou com a apuração da operação, estima o prejuízo total das fraudes em R$ 941 mil. A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos, recuperar valores desviados e impedir novas fraudes.