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Autoridades suspendem execução do mandado de prisão do presidente deposto da Coreia do Sul

Autoridades suspendem execução do mandado de prisão do presidente deposto da Coreia do Sul

Ana Flávia Oliveira
Por Ana Flávia Oliveira | 03 de janeiro de 2025

Autoridades da Coreia do Sul suspenderam, nesta sexta-feira (3/1), a execução do mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk-yeol. Policiais e investigadores chegaram a ir até a casa do político, mas enfrentaram resistência do serviço de segurança presidencial.

Conforme o comunicado publicado pelo Escritório de Investigação de Corrupção (OIC), responsável pela execução do mandado de prisão, sua ação era “impossível”, e seria interrompida para proteger a segurança dos funcionários.

“Em relação à execução do mandado de prisão hoje, chegamos à conclusão que ele é impossível, devido ao impasse contínuo”, escreveu o órgão em um comunicado. O presidente deposto já deveria ser interrogado, mas não compareceu às intimações dos investigadores.

O que se sabe, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, é que cerca de 150 pessoas foram mobilizadas para tentar prender o presidente.

Os policiais chegaram por volta das 7h20 no horário local. Após passarem pelo portão principal da residência, houve confrontos com soldados presentes na residência do presidente, de acordo com a agência Yonhap. Em seguida, a guarda presidencial teria bloqueado a ação dos policiais. Yoon Suk-yeol está suspenso, mas tem direito à proteção, já que está oficialmente no cargo.

Desde seu golpe de 3 de dezembro de 2024, Yoon Suk-yeol se recusa a cooperar com a Justiça. Há temores de que novas tentativas de prisão possam desencadear ainda mais violência, agravando a crise na quarta maior economia da Ásia.

O órgão que centraliza as investigações contra Yoon tem até 6 de janeiro de 2025 para executar o mandado de detenção.


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Advogados entram com recurso

O presidente deposto é investigado por “rebelião”, crime passível de pena de morte, e ignorou três intimações consecutivas para interrogatório.

Os advogados entraram com um recurso contra o mandado de prisão de Yoon, alegando que ele é “ilegal e inválido”.

Yoon Suk-yeol surpreendeu a Coreia do Sul em 3 de dezembro ao impor a lei marcial e enviar o Exército ao Parlamento.

Ele foi forçado a recuar horas depois, quando os parlamentares conseguiram entrar no local e aprovar uma moção que derrubou a lei marcial, enquanto seus assessores bloqueavam as portas da Câmara com móveis e milhares de manifestantes pró-democracia se reuniam do lado de fora.

O ex-promotor de 64 anos não mostrou arrependimento desde sua demissão e prometeu “lutar até o fim” em uma carta distribuída a seus apoiadores. “A República da Coreia está atualmente em perigo devido a forças internas e externas que ameaçam sua soberania”, escreveu ele.

*Com informações de AFP e RFI