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Relatório aponta que autoridades sabiam desde 2014 de risco de desabamento em Beruri

Relatório aponta que autoridades sabiam desde 2014 de risco de desabamento em Beruri

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 04 de outubro de 2023

Um relatório do Serviço Geológico do Brasil (SGB), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, de nove anos atrás, indica que as autoridades sabiam sobre o risco de deslizamentos na vila Arumã, em Beruri, interior do Amazonas. A vila acabou sendo tragada para dentro do rio num desabamento ocorrido no último sábado, 30. Mais de 40 casas desapareceram no desastre.

O relatório do SGB, datado de julho de 2014, aponta uma “cicatriz” de cerca de 90 metros no solo do povoado, o que indicava um processo de deslocamento de massa em curso. O documento também divulgou a foto abaixo, com a marca da cicatriz em vermelho:

Imagem de satélite de 2003 revela alto risco de deslizamento do tipo ‘terras caídas’ e inundação na Vila de Arumã [Foto: Reprodução/Serviço Geológico do Brasil (SGB)].

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O documento diz:

“Cicatriz de deslizamento de 90m é um indicativo que o processo está ativo. A água se concentra no meio da cicatriz em episódios de chuva. Há risco de desabamento e soterramento de flutuantes próximo ao talude”.

O SGB ainda destacou que, naquela época, a comunidade, que fica na margem do rio Purus, distante cerca de 6 horas de barco de Manaus, já havia sido afetada por deslizamentos, fenômeno conhecido como “terras caídas”. O documento pode ser baixado aqui.

Duas pessoas morreram no desabamento da vila Arumã. Outras três continuam desaparecidas.