
Adolescentes planejaram matar família no RJ; mortos iam ser “dados para os porcos”

Em coletiva de imprensa nesta terça (1º/7), o delegado Carlos Guimarães, da 143ª Delegacia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, deu mais informações sobre o caso do adolescente de 14 anos que matou os pais e o irmão caçula de 3 anos na semana passada em Itaperuna (RJ). Segundo as investigações, o crime teria sido cometido com a participação da namorada do rapaz, de 15 anos, que foi apreendida hoje pela polícia do Mato Grosso, onde mora.
A menina teria instigado e participado a todo momento do crime: Segundo as conversas pelo Instagram que os dois tiveram, eles até cogitaram jogar os corpos para porcos comerem, a fim de se desfazerem dos restos mortais.
O garoto confessou que cometeu crime porque pais não deixaram ele se encontrar com a adolescente. Segundo o delegado, os responsáveis também não permitiram que ela fosse à casa da família no Rio de Janeiro, o que fez com que o filho se sentisse contrariado.
Segundo o delegado, o casal começou a se relacionar há 6 anos e teria se inspirado em um jogo de terror para cometer os assassinatos. Ele disse:
“Eles se identificavam com esse jogo, mas não jogavam. Pesquisei e vi que esse jogo chegou a ser banido na Austrália e voltou a ser reclassificado como para maiores de 18 anos.
Deve ser um jogo bem diabólico, sobre um casal de irmãos que praticavam incesto e matam os pais, no qual eles se espelhavam”.
De acordo com o delegado Carlos Augusto, a análise das conversas entre os dois mostrou mensagens sobre o distanciamento do casal e, em uma delas, a garota chegou a dizer que o rapaz deveria “ser homem” e ir visitá-la — algo interpretado pela polícia como chantagem emocional.
O delegado também declarou:
“Outra mensagem trata de como sumiriam com os corpos — sobre cães farejadores da polícia, sobre picar os cadáveres, queimar ou até mesmo dar para porcos comerem —, numa demonstração de total desprezo pela vida dos familiares”.
Ainda segundo o delegado, após atirar contra pais e irmão, o adolescente tirou foto dos corpos na cama e mandou a imagem para a menina, que relatou ter sentido nojo em ver a cena e sugeriu que ele colocasse luvas para descartar os cadáveres. Ela ainda comemorou o ato e afirmou que agora só faltava matar a própria mãe.
Confrontada com as informações pela polícia, a jovem disse que sabia sobre o crime, falou ter conversado com ele durante os homicídios, mas alegou não ter participado.
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O adolescente de 14 anos pegou a arma do pai e matou a família enquanto dormiam. Depois, ele escondeu os corpos dos pais, Inaila Teixeira, 37 anos, e Antônio Carlos Teixeira, 45, e do irmão, de 3 anos, dentro de uma cisterna. Os corpos foram descobertos dias depois, pela avó do rapaz, que estranhou o sumiço da família.
Em seu depoimento, o adolescente disse que teria matado a criança para “poupar o menino da dor de perder os pais”, e disse que cometeria o crime de novo.
Segundo a PCERJ, a outra linha de investigação envolve dinheiro. Após os assassinatos, o jovem pesquisou como receber o FGTS de uma pessoa falecida. O pai dele teria direito a R$ 33 mil.
Tanto o rapaz quanto a namorada se encontram apreendidos.
Com informações de UOL e Metrópoles.