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Após retorno da Europa, Lula se reúne com ministros para discutir revisão de gastos públicos

Após retorno da Europa, Lula se reúne com ministros para discutir revisão de gastos públicos

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 17 de junho de 2024

Na manhã desta segunda-feira (17/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com os ministros que compõem a Junta da Execução Orçamentária (JEO) para discutir a revisão dos gastos públicos. A reunião, marcada para as 10h30 (de Brasília), vai contar com a presença de Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão) e Rui Costa (Casa Civil).

A expectativa é de que a pauta central do encontro seja a discussão sobre a revisão de gastos públicos, um tema que ganhou destaque na equipe econômica devido à crescente incerteza fiscal e à alta do dólar. Antes de embarcar para a Itália na semana passada, onde participou da reunião do G7, o presidente Lula solicitou a Rui Costa que agendasse essa reunião para discutir as diretrizes orçamentárias.

Durante sua viagem, o presidente indicou uma mudança de postura ao admitir a possibilidade de rever despesas públicas, com a condição de que os ajustes não penalizem os mais pobres.

“Tudo aquilo que a gente detectar que é gasto desnecessário, não tem que fazer”, declarou Lula.

Nas semanas anteriores, Lula havia mantido um discurso que priorizava o equilíbrio fiscal por meio do aumento da arrecadação e da redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano. No entanto, essa postura levou à valorização do dólar frente ao real, evidenciando a sensibilidade do mercado financeiro às declarações do presidente.


Saiba mais:


Haddad enfrenta resistências no Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está no centro das discussões econômicas e enfrentou desafios na última semana. Na terça-feira (11/6), o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu trechos da medida provisória apresentada por Haddad, que visava compensar a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e dos municípios.

Apelidada de “MP do Fim do Mundo”, a medida restringia a compensação de créditos do PIS e da Cofins, gerando forte oposição de parlamentares e setores produtivos, especialmente o agronegócio, que criticaram o impacto negativo da proposta sobre o caixa das empresas.

A devolução da medida provocou uma reação negativa no mercado financeiro. No dia seguinte, o dólar registrou a maior alta desde o período de transição de governo, ultrapassando os R$ 5,40. Essa alta foi impulsionada por uma declaração de Lula, que afirmou não conseguir discutir economia sem “colocar a questão social na ordem do dia” e destacou que o “mercado financeiro não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”.

*com informações de Metrópoles