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Bancada evangélica da Câmara mantém defesa do PL do Aborto em caso de estupro

Bancada evangélica da Câmara mantém defesa do PL do Aborto em caso de estupro

Diogo Rocha
Por Diogo Rocha | 19 de junho de 2024

Deputados federais da Frente Parlamentar Evangélica e da Frente Parlamentar Católica voltaram a defender o projeto de lei 1904/2024, o chamado PL do Aborto, que equipara a homicídio simples a interrupção da gravidez com mais de 22 semanas de gestação, mesmo em caso de estupro. Esses parlamentares argumentam que é melhor para a grávida parir o filho e deixar para a adoção.

“Se em 22 semanas o bebê está pronto para viver fora do útero da mãe, porque matá-lo para depois retirá-lo se é muito mais correto, coerente, retirá-lo e colocá-lo para adoção já que aproximadamente 30 mil brasileiros desejam”, argumentou Eli Borges (PP-TO), que foi presidente da bancada evangélica.

Os deputados se reuniram nesta quarta-feira (19/06), para manifestar o posicionamento após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) determinar a formação de uma “comissão representativa” para debater o tema em agosto, esfriando o clima para uma nova votação na Casa Legislativa ainda neste semestre.

Mais de dez parlamentares das bancadas cristãs da Câmara fizeram uma defesa do projeto. “O inferno se levantou contra o projeto, os demônios saíram do inferno contra o projeto”, afirmou Sargento Fahur (PSD-PR).

“Nunca vamos defender o assassinato dos inocentes, estamos aqui para defender as vozes dos bebês”, disse Franciane Bayer (Republicanos-RS).


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Ao longo dos discursos, os deputados disseram que não defendem estuprador e que apoiam que um maior tempo de cadeia para os agressores sexuais, mas que não abrem mão de impedir a possibilidade de aborto para a grávida estuprada.

Se o atual texto do projeto de lei for aprovado, a mulher que interromper voluntariamente uma gestação com mais de 22 semanas pode ter uma pena maior que a do estuprador. A alteração no Código Penal faria com que a vítima fosse presa entre seis e 20 anos caso realizasse o aborto nesse cenário. A pena do estuprador é de seis a 10 anos, com agravantes que podem chegar aos 20 anos.

O pastor Silas Malafaia participou do evento e fez uma defesa sobre o motivo que o estuprador não poderia ter uma pena maior que a mulher que realizou o aborto após 22 semanas de gestação.

“A vida é a mãe de todos os direitos. A pena maior é para quem tira a vida. Para todas as outras questões, a pena vai ser menor”, afirmou.

Malafaia disse que, se dependesse dele, a pena para o estuprador seria a máxima possível, mas que haveria esse obstáculo.

*com informações do Estadão