
Bolsonaro se recusa a mostrar tonozeleira eletrônica: “É constrangedor. Humilhante”

Durante uma entrevista à BandNews nesta sexta-feira (18/7), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou a exibir a tornozeleira eletrônica que está usando por determinação judicial. Ao ser questionado pelo jornalista se poderia mostrar o equipamento, ele respondeu de forma contundente: “É constrangedor. Humilhante, degradante. Tenho vergonha de admitir que estou usando uma tornozeleira”, desabafou. Segundo ele, o dispositivo está preso à perna esquerda.
Bolsonaro relatou ainda que foi surpreendido pela Polícia Federal logo no início da manhã. “Acordei com batidas na porta. Quando vi, era a Polícia Federal”, afirmou. Na operação, os agentes apreenderam 14 mil dólares e 8 mil reais em espécie. O ex-presidente justificou a quantia dizendo que o valor seria para “qualquer emergência”. Ele também negou qualquer intenção de deixar o país: “Fugir nunca passou pela minha cabeça”.
Bolsonaro se recusa a mostrar tornozeleira em entrevista para a Band News pic.twitter.com/OTW0TcmRoK
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) July 18, 2025
Questionado sobre a possibilidade de ser preso, Bolsonaro declarou que não teme mais nada. “Tenho 70 anos. Se eu tivesse medo, não estaria aqui. Agora é cumprir as medidas impostas. Eu falava com o Eduardo dia sim, dia não”, disse, em referência ao seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
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Atualmente, o ex-presidente cumpre um conjunto de restrições semelhantes ao regime de prisão domiciliar, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Entre as medidas:
- Proibição de sair de Brasília;
- Monitoramento 24h por tornozeleira eletrônica;
- Confinamento noturno (das 19h às 6h) e durante os fins de semana;
- Proibição de frequentar embaixadas e consulados;
- Vedação de contato com investigados, diplomatas e autoridades estrangeiras;
- Proibição de uso direto ou indireto de redes sociais.
As restrições foram impostas após a PF apontar que Bolsonaro e o filho estariam tentando acionar o governo americano contra instituições brasileiras.
Para Moraes, o ex-presidente estaria envolvido em manobras ilegais com intenção de obstruir a Justiça e coagir o STF. O ministro alegou ainda que há risco real de fuga, o que justificaria a “urgente e necessária” adoção das medidas cautelares.