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Caso de aúdio manipulado por IA envolvendo David Almeida será referência para TSE contra fake news

Caso de aúdio manipulado por IA envolvendo David Almeida será referência para TSE contra fake news

Jornalismo
Por Jornalismo | 15 de janeiro de 2024

O áudio com suspeitas de adulteração, que envolve o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), está recebendo atenção nacional, coincidindo com um esforço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra as Fake News.

Após a denúncia do prefeito à Polícia Federal (PF), iniciou-se uma investigação sobre o uso de inteligência artificial (IA) para criar áudios falsos. A proposta é utilizar esse caso como referência para futuras investigações relacionadas às eleições municipais deste ano.

O jornal O Globo relata ser oficialmente o primeiro caso registrado contra um governante no Brasil as vésperas de uma eleição.

O áudio manipulado foi divulgado em meio ao protesto de profissionais que reivindicavam o pagamento de abono proveniente de sobras do Fundeb.  Almeida afirma que o áudio é falso e tem o objetivo de gerar descontentamento com a categoria em ano eleitoral.

Desde a abertura do inquérito em 22/12, dois suspeitos já prestaram depoimento, e uma perícia no arquivo digital confirmou a manipulação no áudio.


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Deepfake

A técnica de manipulação de áudio e vídeo, conhecida como “deepfake”, recria artificialmente o tom, timbre e até o estilo de fala de uma pessoa.

Portanto, ao receber uma gravação pelo WhatsApp, o eleitor pode reconhecer a voz do candidato e acreditar que o político disse algo que, na realidade, não disse.

No áudio atribuído a ele, a voz do político, simulado por IA, chama os professores da rede municipal de ensino de “vagabundos” e diz que os servidores “querem um dinheirinho de mão beijada”.

Tribunal Superior Eleitoral

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, já declarou, em dezembro do ano passado, durante um evento sobre inteligência artificial no Rio de Janeiro, a urgência na regulamentação do uso da inteligência artificial no país e sugeriu que políticos flagrados utilizando a tecnologia de maneira irregular podem ter seus mandatos cassados.

O TSE agendou uma audiência pública para 25 de janeiro, visando discutir uma resolução que regulamentará o tratamento do tema nas campanhas eleitorais. A proposta da Corte é proibir qualquer manipulação de voz e imagens contendo informações falsas.

Conforme a minuta do tribunal, as plataformas de redes sociais terão a responsabilidade de excluir vídeos e áudios ao serem notificadas sobre os “fatos sabidamente inverídicos”.

 

Júlio Gadelha