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Defesa de Bolsonaro pede impedimento de Zanin para julgar no STF recurso contra inelegibilidade

Defesa de Bolsonaro pede impedimento de Zanin para julgar no STF recurso contra inelegibilidade

Diogo Rocha
Por Diogo Rocha | 19 de abril de 2024

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja declarado suspeito ou impedido de julgar o recurso contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou inelegível Bolsonaro por oito anos.

Na última segunda-feira (15/04), Zanin se declarou impedido de julgar o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro e pela coligação “Pelo Bem do Brasil” contra uma condenação do TSE que impôs uma multa de R$ 70 mil a ambos. Mas até o momento o ministro do STF não fez o mesmo nesta outra ação.

A defesa do ex-presidente argumenta que na época em que Cristiano Zanin era advogado, ele e sua mulher, Valeska Zanin, ingressaram com uma ação na Corte Eleitoral com o mesmo tema sobre a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Para os advogados de Bolsonaro, isso formaliza a “convicção profissional [de Cristiano Zanin] quanto à ilegalidade da conduta entabulada por Jair Messias Bolsonaro”.

“Não se está a questionar, na espécie, a imparcialidade do relator para julgar o ex-presidente por questões ideológicas, mas, especificamente, em razão de sua anterior atuação profissional, em favor de coligação adversária, no próprio pleito eleitoral (de 2022)”, complementa a defesa.

A definição de que a relatoria do recurso ficaria com Zanin — que é ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — veio por sorteio realizado em dezembro do ano passado.


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Em junho, o TSE entendeu que Bolsonaro praticou abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro.

A condenação teve como base uma reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual o ex-presidente levantou dúvidas sobre as urnas.

Em agosto, a defesa do ex-presidente questionou a decisão junto ao TSE. O pedido serviu como “contestação prévia”, procedimento necessário para viabilizar um recurso no STF sobre o mesmo tema. Foi justamente esse o recurso protocolado no Supremo no dia 18 de dezembro.

*Com informações da CNN Brasil