
Deputado reage a medidas contra Bolsonaro e apela às Forças Armadas

O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), terceiro vice-líder da oposição na Câmara, pediu nesta sexta-feira (18/7) o apoio das Forças Armadas após a imposição de medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e inclui uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, proibição de uso de redes sociais e contato com outros investigados.
Durante entrevista coletiva da oposição no Congresso, Chrisóstomo afirmou:
“Só quero fazer um último pedido às Forças Armadas. Eu sou das Forças Armadas. Me orgulhava das Forças Armadas em 64, embora fosse criança. Hoje quero dizer: FORÇAS ARMADAS estejam ao lado do povo brasileiro, da democracia.”
🚨AGORA: O deputado Coronel Chrisóstomo, vice-líder da oposição na Câmara, convocou publicamente as Forças Armadas para agir ‘como em 1964’, segundo ele, com o objetivo de impedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
— CHOQUEI (@choquei) July 19, 2025
Em sua fala, o deputado fez referências ao golpe militar de 1964 e também cobrou apoio da imprensa, dizendo que na década de 60, os veículos de comunicação agiram “em favor do povo”. Questionado por jornalistas, Chrisóstomo não voltou a se manifestar após intervenção do líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), que afirmou:
“A posição do parlamentar é individual e ele tem o direito de falar.”
Portinho negou que a oposição defenda uma interferência das Forças Armadas, mas criticou o atual cenário político: “Queremos democracia. O que não temos hoje é uma democracia real.” Ele também mencionou que há uma “capitulação das Forças Armadas” com perseguições a oficiais e cortes orçamentários.
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O PL realizou uma reunião de emergência virtual nesta manhã e convocou nova reunião para a próxima segunda-feira (21) para discutir os desdobramentos das decisões contra Bolsonaro.
Medidas cautelares
As medidas cautelares contra o ex-presidente fazem parte de um inquérito da Polícia Federal que apura a atuação de Bolsonaro e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Segundo a investigação, ambos teriam buscado influenciar autoridades norte-americanas a impor sanções a agentes públicos brasileiros.
Além disso, Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão nesta sexta-feira em sua residência e na sede do Partido Liberal, no âmbito da investigação que apura possíveis crimes como obstrução de Justiça, coação no curso do processo e ameaça à soberania nacional.
Decisões do STF
A decisão de Moraes foi submetida ao plenário virtual da Primeira Turma do STF, em sessão extraordinária que começou ao meio-dia e segue até a próxima segunda-feira. O colegiado, formado por Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, já formou maioria para manter as medidas.