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Flórida usa termo “Golfo da América” pela 1ª vez em alerta de emergência

Flórida usa termo “Golfo da América” pela 1ª vez em alerta de emergência

Phill Vasconcelos
Por Phill Vasconcelos | 21 de janeiro de 2025

O governo da Flórida declarou, na segunda-feira (20/1), estado de emergência devido a aproximação de uma tempestade de inverno, prevista para atingir o estado a partir desta terça-feira (21). A medida, assinada pelo governador Ron DeSantis, ganhou destaque por ser a primeira a utilizar oficialmente o termo “Golfo da América” em substituição a “Golfo do México”, uma mudança alinhada com a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

De acordo com o decreto, publicado no portal oficial do governo estadual, a tempestade resultará de uma zona de baixa pressão que atravessa a região e interage com uma massa de ar polar ártica, afetando significativamente o clima no norte da Flórida.

“Ao interagir com uma massa polar ártica, uma zona de baixa pressão atravessa o Golfo da América e trará um impacto amplo nas condições climáticas do norte da Flórida já a partir desta terça-feira”, diz o documento oficial.

Polêmica sobre a mudança de nome

A inclusão do termo “Golfo da América” gerou repercussão internacional, uma vez que a nomenclatura adotada historicamente é “Golfo do México“. Durante sua campanha presidencial, Trump mencionou diversas vezes a intenção de alterar o nome da região, alegando que os Estados Unidos desempenham um papel dominante no Golfo.


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“Nós vamos mudar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’. É um nome bonito e apropriado, já que o México tem um déficit enorme conosco, e nós fazemos todo o trabalho lá”, afirmou o presidente norte-americano em declarações anteriores.

No entanto, ainda não está claro se há planos concretos para a oficialização da mudança em documentos e tratados internacionais, nem como tal alteração seria implementada no âmbito diplomático.

México minimiza impacto da medida

Em resposta ao decreto da Flórida, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, minimizou a iniciativa durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (21).

“Vale apenas para o território continental dos EUA. Para nós e para o resto do mundo, continua sendo o Golfo do México”, afirmou Sheinbaum, descartando qualquer impacto prático fora das fronteiras norte-americanas.

O Golfo do México, reconhecido globalmente por sua importância econômica e ambiental, tem uma superfície de aproximadamente 1,55 milhão de km² e abriga vastas reservas de petróleo. A região banha três países: Estados Unidos, México e Cuba, sendo crucial para a economia e navegação internacionais.

A medida do governo da Flórida levanta questionamentos sobre possíveis desdobramentos diplomáticos e econômicos entre os países envolvidos.