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Governo federal cria grupo para reduzir problemas de saúde mental causados por bets

Governo federal cria grupo para reduzir problemas de saúde mental causados por bets

Diogo Rocha
Por Diogo Rocha | 09 de dezembro de 2024

Diminuir e prevenir os danos à saúde mental provocados por apostas esportivas (conhecidas por bets) figuram entre os objetivos de um grupo de trabalho interministerial criado nesta segunda-feira (9/12), em Brasília, pelo governo federal. A portaria integra as ações e regulamentação das apostas de quota fixa no Brasil.

O recém-criado grupo de trabalho (GT) tem 60 dias para discutir e propor ações coordenadas entre as pastas. Representantes dos Ministérios do Esporte, Fazenda, Saúde e da Secretaria de Comunicação Social integram o Grupo de Trabalho Interministerial de Saúde Mental, Prevenção e Redução de Danos do Jogo Problemático.

Os trabalhos a serem desenvolvidos têm como meta oferecer suporte a pessoas e comunidades afetadas por práticas de jogo compulsivo ou em situação de vulnerabilidade, no contexto da expansão das apostas de quota fixa.

O governo argumenta que – desde a legalização das apostas de quota fixa em 2018 – a falta de regulamentação permitiu a expansão do mercado sem a devida supervisão. De acordo com o governo federal, isso gerou impactos como a exposição de jogadores a práticas abusivas e o aumento de casos de dependência.


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Ainda de acordo com o governo federal, o objetivo principal é “planejar e implementar ações para prevenir, reduzir danos e oferecer assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade ou que apresentem comportamentos que caracterizem o vício em jogos”. O grupo será responsável pela elaboração do Plano de Ação de Saúde Mental e Prevenção do Jogo Problemático.

Esse plano listará políticas públicas, medidas educativas e ações de conscientização. Está entre as atribuições do grupo “propor estratégias regulatórias e administrativas”, “articular ações com entidades públicas e privadas”, “elaborar diretrizes de assistência à saúde mental e prevenção aos problemas associados às apostas” e “monitorar e identificar perfis de risco entre os apostadores”.

Entre as medidas mais rígidas tomadas, portarias do Ministério da Fazenda limitam os meios de pagamento, como a proibição do uso de cartões de crédito e a exigência de identificação de apostadores por meio de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), reconhecimento facial e verificação de idade.

Além de monitorar o comportamento dos jogadores, a meta, segundo divulgou o governo, é prevenir abusos e coibir práticas ilícitas como lavagem de dinheiro. As reuniões do grupo de trabalho devem ocorrer a cada 15 dias.

*Com informações da Agência Brasil e Folha de S.Paulo